CIRILO JUNIOR da Folha Online, no Rio
Ainda que as chuvas das últimas semanas tragam melhores perspectivas em relação às condições nos reservatórios locais, o abastecimento do Nordeste vem sendo acompanhado com atenção especial pelo ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico Nacional).
Devido aos baixos níveis dos reservatórios atuais (28,82%) e à pequena diversidade de fontes de energia no local, o diretor-geral do órgão, Hermes Chipp, conta com a prometida oferta de GNL (Gás Natural Liquefeito) prevista pela Petrobras para que a região tenha maior segurança.
"Ainda tenho preocupação com o Nordeste, mas em condições mais favoráveis, porque o fenômeno climático mudou. Nesses últimos dez dias, ocorreram chuvas intensas", afirmou.
Reforço do GNL
Chipp lembrou que o Nordeste só possui uma bacia hidrográfica, a do São Francisco. Fora isso, os outros recursos são em menor escala, acrescentou. O principal reforço previsto, caso seja necessário, será o GNL que será importado pela Petrobras.
O produto será destinado, prioritariamente, às termelétricas. Chipp acrescentou que a previsão passada ao ONS indica que o Nordeste contará com o GNL no fim do primeiro semestre do ano que vem.
O diretor-geral do ONS disse ainda que os cálculos do órgão descartam risco de desabastecimento, no restante do País, no ano que vem.
"O atendimento está garantido em 2008. A gente ainda está olhando o Nordeste, esperando a configuração mais estável do período úmido. A tendência dos institutos especializados em previsão de clima e de tempo indicam um período hidrológico favorável nas regiões Sul e Sudeste, e agora também no Nordeste. Mas ainda estamos aguardando uma definição", observou.
Cenário para 2009
Chipp afirmou também que o cenário é tranqüilo em relação a 2009, mas ressaltou que, para um horizonte mais distante, é preciso expandir a oferta para que se tenha níveis mais seguros. Segundo ele, a avaliação do ONS leva em conta uma visão mais pontual, sem análise dos cenários e dos cálculos probabilísticos.
"À medida em que se vai para um horizonte ainda mais distante e se tem maior incerteza do que vai ocorrer, tem que se trabalhar com curvas de segurança e com medidas de expansão da oferta, para dar maior segurança nos anos mais distantes".
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