As descobertas de gás e óleo leve anunciadas na noite de ontem pela Petrobras no campo de Camarupim, na Bacia do Espírito Santo, são mais relevantes pela qualidade do óleo encontrado e pelas potenciais reservas de gás - que apresenta déficit elevado no país - do que propriamente pelo volume encontrado no local, apesar de a Petrobras ainda não ter revelado os volumes da reserva, apontam geólogos e técnicos do setor.
O professor Giuseppe Bacoccolli, da UFRJ, destacou que na época de sua descoberta, o campo de Camarupim teve reservas anunciadas na faixa de 170 milhões de barris de óleo equivalente (considerando gás e óleo leve). "Isso está, é claro, muito longe do volume de 5 a 8 bilhões de barris e reserva encontrados em Tupi", lembrou, comentando que os resultados dos dois poços perfurados pela Petrobras vem confirmar boas perspectivas para a região, mas não mudam significativamente o quadro das reservas nacionais.
Situado ao Norte de Vitória, o campo de Camarupim já estava programado para entrar em operação em dezembro de 2008. O navio-plataforma FPSO (unidade que produz e armazena petróleo) Cidade de São Mateus foi afretado para produzir no campo 10 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, mais 35 mil barris de óleo por dia. A previsão, no entanto, é que a capacidade máxima da plataforma só seja atingida em 2010.
O campo, em que a El Paso também participa com 35%, está localizado exatamente ao lado de Golfinho, área em que a Petrobras também encontrou óleo leve e gás natural, e onde foram identificadas reservas potenciais de 450 milhões de barris de óleo equivalente (boe).Golfinho produz hoje em dois módulos, cerca de 150 mil barris por dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário