A Agência Internacional de Energia (AIE) revisou em alta, a 2%, sua previsão mundial de petróleo para 2007, devido ao aumento do consumo em alguns países como a Venezuela, em relatório publicado nesta terça-feira.
Ao advertir que o mercado atravessará um período de estreitamento, a agência pediu mais uma vez à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) que aumente sua oferta, que - combinada às tensões crescentes no mercado de gasolina - ela considera responsável pela alta dos preços da commodity,.
A AIE, que depende da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE) e defende os interesses energéticos dos países industrializados, prevê um aumento de 2% na demanda, ou seja, 1,7 milhão de barris diários (mbd), para 86,1 milhão de barris em 2007, o que significa 420.000 barris a mais que em sua estimativa anterior.
A alta vem sobretudo dos Estados que fazem parte da OCDE, como Venezuela, Nigéria, Indonésia e países da ex-Iugoslávia.
Em contrapartida, revisou em baixa a demanda chinesa: de 6,4% para 6,1% em 2007, ficando em 7,6 milhões de barris diários.
Segundo sua previsão, a oferta mundial também cairá 565.000 barris diários, até 84,9 milhões de barris diários, em comparação com o relatório anterior, e em 2007 deve aumentar 0,9%.
Além disso, a AIE reduziu suas previsões de produção nos Estados que não pertencem à OPEP em 110.000 barris diários, até 50,2 milhões de barris diários. A previsão da Rússia, principal produtor energético mundial, caiu 2% em abril, o que não impediu a AIE de prever um aumento de 2,6% para 2007.
A da Opep fica estabelecida, nas novas previsões, em 30,1 milhões de barris diários, para maio, o que significa 425 mil barris a menos em um mês, devido principalmente aos cortes na produção da Nigéria, vítima de uma grande instabilidade política. Quanto ao excedente da oferta do cartel, a AIE antecipou o dado de 2,8 milhões de barris diários.
Embora as reservas de petróleo dos países industrializados da OCDE tenham aumentando em abril a 9,9 milhões de barris, a AIE insistiu que as reservas de gasolina da OCDE "estão abaixo de sua média dos últimos cinco anos".
A AIE acredita que a situação atingiu este ponto devido às dificuldades de refino. A agência apontou para a falta de instalações e a complexa regulamentação sobre as emissões de gases poluentes, que impedem este processo.
Apesar de tudo, pediu à Opep que abra mão de sua capacidade extra de produção.
Embora esteja claro que o recente aumento dos preços do petróleo se deva em boa parte às tensões no mercado de gasolina, uma parte do aumento se deve à redução da oferta da Opep no fim de 2006.
"Precisamos, portanto, de mais petróleo para alimentar as refinarias se quisermos responder à demanda de gasolina", afirmou David Fyfe, analista da AIE.
Mas a Opep considerou suficiente o atual abastecimento do mercado.
Segundo a Fyfe, se as reservas não forem alimentadas durante o verão boreal elas podem voltar a seus níveis de 2004, o que disparou os preços na época.
A Agência transmitiu ainda assim uma mensagem aos países membros da Opep, que deram a entender que poderiam deter seus investimentos nas capacidades de produção se os países consumidores mantiverem suas políticas de diversificação energética, orientando-se, em particular, na direção dos biocombustíveis.
Esta produção continua progredindo, mas deve continuar sendo inferior a 2 milhões de barris diários até 2011, argumentou a AIE.
ved/lm
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