Gravações feitas pela PF indicam que irmão usava nome de Lula para obter recursos
Denise Madueño
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto informou neste sábado, 9, que não será feita nenhuma comunicação a respeito do suposto envolvimento de um dos irmãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula, Genivaldo Inácio da Silva, o Vavá, com a máfia dos caça-níqueis. Gravações feitas pela Polícia Federal, com autorização judicial, indicam que Vavá teria usado o nome de Lula para obter recursos do empresário Nilton Cezar Servo, preso na Operação xeque-mate.
Lula se manifestou sobre o irmão apenas no início da semana em Nova Délhi, Índia. E disse que não acredita que Vavá esteja envolvido na máfia dos caça-níqueis. O irmão do presidente foi indiciado na última segunda-feira acusado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário, segundo informações da PF.
Fim de Semana em Brasília
O presidente retornou na última sexta-feira de sua viagem à Europa, onde participou da reunião do G-8, grupo dos sete países mais rico do mundo mais a Rússia. Ele desembarcaria no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em Cumbica, Grande São Paulo, mas acabou desembarcando em Brasília por causa do nevoeiro desta madrugada, que impediu pousos e decolagens até as 9 horas.
O presidente só embarcou para São Paulo depois das 11 horas da última sexta-feira para passar o fim de semana em sua residência em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. Nesta segunda-feira, em Brasília, ele receberá a tocha dos jogos Pan-Americanos, que acontecerão no Rio.
Prisões e liberações
Um grupo de 13 presos, entre os 80 detidos durante a Operação Xeque-Mate, foi liberado na noite da última sexta-feira, segundo informações da PF em Mato Grosso do Sul. Os outros 67 suspeitos de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis tiveram a prisão temporária prorrogada pelo juiz da 5.ª Vara Federal de Mato Grosso do Sul, Dalton Igor Kita Conrado, que acolheu pedido da PF neste sentido. Entre os que permanecem sob custódia da PF encontram-se Cezar Servo e Dario Morelli Filho, compadre de Lula.
Grande parte das prisões aconteceu na última segunda-feira, quando a operação foi deflagrada, em seis Estados - São Paulo, Mato Grosso, Paraná, Rondônia, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Cerca de 600 agentes foram mobilizados. Entre os presos estão empresários, advogados e policiais civis e militares acusados de receber propinas para facilitar as atividades da organização.
A PF explicou que o trabalho estava concentrado no contrabando e, depois, apurou suposto esquema de corrupção de policiais e envolvimento com tráfico de drogas e tortura. A operação deflagrada na última segunda-feira identificou cinco quadrilhas ligadas à importação e exploração de caça-níqueis. A máfia controlava toda a parte operacional do esquema e o pagamento de propinas.
Os equipamentos eletrônicos usados nas máquinas chegavam ao Brasil pelo Porto de Santos, eram discriminados como peças de computador e transportados para Mato Grosso do Sul. Segundo a Polícia Federal, o esquema rendia às ramificações da organização de jogos de azar pelo menos R$ 250 mil por dia. A propina paga a policiais e advogados variava entre R$ 2 mil e R$ 10 mil.
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