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15 de junho de 2007

Político se proclama líder do Fatah em Gaza e cria cisão

Porta-voz do grupo assume de modo unilateral o posto; premiê destituído do Hamas pede anistia para militantes do Fatah detidos na ofensiva em territórios palestinos Agências internacionais
SÃO PAULO - Khalid Abu Hilal, porta-voz do Ministério do Interior, anunciou publicamente que assumiu a liderança do Fatah de forma unilateral, segundo informou a agência palestina Ma´na nesta sexta-feira, 15. O movimento nacionalista ficou dividido em dois grupos na Faixa de Gaza.
Abu Hilal acusou publicamente alguns líderes do Fatah de "colaboracionismo" com Israel. Um dos acusados é o ex-homem forte de Gaza, Mohammed Dahlan, que ontem retornou a Ramala após uma ausência de três meses na ANP devido a uma operação no joelho.
"Os membros bons e honrados do Fatah sempre rejeitaram a tendência colaboracionista de alguns de seus líderes", afirmou Abu Hilal.
O autoproclamado líder do Fatah confirmou que chegou a um acordo com a milícia do Hamas para que os "bons" militantes do Fatah não sofram nenhum dano. Ele ainda revelou que constituiu um comitê de emergência "para proteger os bons membros do Fatah" porque "o castigo será aplicado apenas aos colaboracionistas".
O comitê terá caráter temporário e seu objetivo será reorganizar as fileiras do movimento em Gaza.
A maioria dos líderes políticos e altos comandantes alinhados com Fatah abandonou Gaza nos últimos dias, aproveitando as suas conexões com Israel. As autoridades israelenses autorizaram a passagem dos políticos nacionalistas por seu território, rumo a Ramala.
Em Gaza, controlada completamente pelos islâmicos desde a madrugada passada, permanece o secretário-geral do movimento nacionalista, Maher Hellez.
Alguns milicianos islâmicos disseram na quinta-feira à imprensa palestina que sua intenção é justiçar os líderes do Fatah. Os mais extremistas inclusive defendem a decapitação, uma postura que contraria a dos dirigentes políticos do Hamas.
Libertação
O premiê palestino, Ismail Haniyeh, pediu a seus "irmãos" do Hamas, o movimento islamita que lidera, que decretem uma "anistia geral" após a tomada de Gaza. O porta-voz da milícia, Abu Obaida, prometeu que todos os militantes, oficiais e políticos detidos serão libertados.
Entre os detidos estão os comandantes da Segurança Nacional e da unidade de elite da Guarda Presidencial, além de dois altos cargos políticos, o secretário do Fatah em Gaza e o porta-voz do partido. Também foram detidos um deputado e outros seis altos funcionários, entre dezenas de pessoas. Todos ganhariam a liberdade após interrogatórios.
Um grupo de pelo menos 100 palestinos, dos quais pelo menos metade pertence ao movimento Fatah, cruzou a fronteira de Gaza com o Egito para escapar da operação de detenções iniciada pelo Hamas e se entregou às autoridades egípcias, disseram fontes policiais.
Os membros do Fatah pertencem à Brigada dos Mártires de al-Aqsa e ao corpo de Segurança Preventiva. Alguns deles seriam membros da força encarregada pela proteção pessoal do presidente Abbas.
Justificativa
O primeiro-ministro, que foi destituído nesta sexta-feira pelo presidente palestino e líder do Fatah, Mahmoud Abbas, mas que não acata a decisão, disse que o objetivo do Hamas em Gaza é "impor a segurança com firmeza, decisão e em conformidade com a lei".
Com relação ao medo de que se faça da Faixa de Gaza uma região diferente da Cisjordânia, onde está Abbas, e onde o Fatah continua sendo a força dominante, Haniyeh disse que a separação não era uma opção e insistiu na necessidade de manter a unidade, inclusive dentro do governo.
"Gaza é uma parte integrante da pátria palestina e rejeitamos a idéia de um estado só para Gaza", disse.
Em relação ao governo de união nacional, Haniyeh considera que Abbas e seus assessores tomaram a decisão de dissolvê-lo de forma "precipitada e sem pensar nas conseqüências". A medida foi tomada, segundo Abbas, para que fosse criado um gabinete de "salvação".
Em relação ao governo de união nacional, Haniyeh considera que Abbas e seus assessores tomaram a decisão de dissolvê-lo de forma "precipitada e sem pensar nas conseqüências".
O presidente tomou a decisão ao mesmo tempo em que decretou o estado de emergência em todos os territórios palestinos, horas antes que seu último reduto em Gaza, a sede da Presidência, caísse nas mãos do Hamas, que agora controla toda a faixa.
Haniyeh afirmou que seu partido se esforçou para que o governo de união nacional funcionasse, e que foi o Fatah que não tinha interesse de que prosperasse.
Israel anunciou nesta sexta que o primeiro-ministro, Ehud Olmert, pedirá ao presidente dos Estados Unidos, George Bush, que comece a contemplar a Faixa de Gaza e Cisjordânia como duas entidades distintas.

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