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17 de junho de 2007

Líder iraquiano acusa Al-Qaeda pelo ataque de Samarra

Para subgovernador, Irã também está por trás de atentado que destruiu mesquita
Agências internacionais
BAGDÁ - O subgovernador da província iraquiana de Salah ad-Din, Abdullah Hussein Jibara, acusou neste domingo, 17, os serviços secretos iranianos e a Al-Qaeda de estar por trás do ataque contra um mausoléu xiita em Samarra, capital daquela região.
Jibara disse que a organização Al-Qaeda "está aplicando um plano iraniano que consiste em semear um conflito sectário entre os iraquianos, a fim de distrair a Administração americana para que não ataque o Irã devido a seu programa nuclear".
Segundo Jibara, os serviços secretos iraquianos têm provas do envolvimento do Irã, como fornecedor de armas ou de dinheiro, nos ataques cometidos pela Al-Qaeda no Iraque. O líder iraquiano afirmou também que outro objetivo da política iraniana é "impor seu poder no Iraque para seus próprios interesses".
Sobre o atentado cometido na quarta-feira contra o mausoléu xiita em Samarra, Jibara acrescentou que os responsáveis estão relacionados à Al-Qaeda. No entanto, descartou que a sunita Al-Qaeda "odeie os xiitas", e insistiu em que os iranianos, para conseguir seus objetivos, fazem com que o grupo cometa assassinatos contra todos os iraquianos, independente de suas crenças religiosas.
Ataque
Na quarta-feira, uma explosão atingiu o santuário de Samarra, que abriga os túmulos dos imãs (sacerdote muçulmano) Ali al-Hadi e Hussein al-Askari, provocando o desmoronamento de dois minaretes.
Na última quinta, em aparente represália aos ataques contra a mesquita de Samarra, cinco mesquitas sunitas foram atacadas e incendiadas no sul de Bagdá.
Logo após o primeiro ataque, o Irã condenou "categoricamente" o atentado contra o mausoléu de Samarra e responsabilizou os EUA do atentado, alegando que o país é o "encarregado da segurança nesta cidade". "O Ministério de Relações Exteriores iraniano condena a repetição deste ato criminoso e antiislâmico contra o mausoléu em Samarra - que já foi atacado em fevereiro do ano passado - e declara culpado os EUA, por ser responsável da segurança nesta cidade", cita um comunicado.
Por sua vez, os EUA revelaram que o novo atentado contra uma das mesquitas mais importantes para os xiitas do Iraque pode ter contado com a participação de guardas do próprio templo.
A suspeita foi levantada por militares dos Estados Unidos horas depois das explosões que destruíram os dois minaretes da mesquita xiita. Em reportagem publicada em seu site, o New York Times afirma que desde o primeiro ataque, a mesquita vinha sendo guardada por forças de segurança formadas predominantemente por muçulmanos sunitas.
Nos últimos meses, entretanto, tornou-se crescente a suspeita de que membros da Al-Qaeda no Iraque haviam se infiltrado na unidade.
A ligação entre a Al-Qaeda e o regime iraniano é sustentada nos últimos anos por círculos do governo dos EUA, apesar de muitos especialistas colocarem isso em dúvida, devido ao caráter da rede terrorista, que defende a mais pura ortodoxia sunita, e por isso acham difícil uma aliança com o único país oficialmente xiita do mundo.

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