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29 de junho de 2007

Soldados libaneses matam 3 manifestantes palestinos

Por Nazih Siddiq
BEDDAWI (Reuters) - Soldados libaneses atiraram contra civis palestinos que exigiam na sexta-feira regressar para suas casas, localizadas em um campo de refugiados atualmente cercado pelas Forças Armadas, e acabaram matando três deles e ferindo outros 50, contaram testemunhas e funcionários de um hospital.
Segundo os relatos, os soldados dispararam primeiro para o alto enquanto centenas de refugiados, entre os quais mulheres e crianças, tentavam passar por um posto de controle das Forças Armadas e caminhar até o campo de Nahr al-Bared, palco de quase seis semanas de conflito entre os militares e o grupo Fatah al-Islam.
Quando a multidão não se dispersou e, ao contrário, atacou os soldados com pedras e pedaços de pau, os soldados atiraram com seus fuzis automáticos contra os manifestantes, deixando um grande número de vítimas.
Testemunhas contaram que os refugiados de Nahr al-Bared haviam dado início à passeata no campo próximo de Beddawi, onde procuraram abrigo após o início dos conflitos, no dia 20 de maio.
Os refugiados expulsos de Nahr al-Bared mostram-se impacientes devido ao longo período de afastamento de suas casas e devido às condições de vida precárias que enfrentam em Beddawi, um campo superpovoado. Eles dizem estar determinados a voltar para suas casas, apesar dos conflitos ali.
O ministro libanês de Defesa, Elias al-Murr, declarou vitória e o final dos combates contra o Fatah al-Islam, um grupo inspirado na Al Qaeda.
Mas o Exército diz que Nahr al-Bared continuará a ser uma zona militar fechada, enquanto não conseguir convencer os militantes abrigados ali a se renderem.
Devido a um acordo firmado em 1969, as forças de segurança libanesas não podem ingressar em nenhum dos 12 campos de refugiados palestinos existentes no país.
Grande parte de Nahr al-Bared, que abrigava 40 mil refugiados antes da explosão da violência, viu-se destruída. Além disso, minas e bombas ainda continuam escondidas nos prédios e vielas do local.
Um membro das Forças Armadas disse que franco-atiradores do Fatah al-Islam mataram dois soldados em um choque ocorrido na sexta-feira, elevando para 203 o número total de mortos na batalha, o pior conflito interno surgido no Líbano desde a guerra civil (1975-1990).

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