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20 de junho de 2007

Jucá: Renan quer depor ao Conselho de Ética

Líder do governo disse que senador quer falar pessoalmente ao conselho.Presidente do Senado é acusado de receber ajuda financeira de lobista.
LEANDRO COLON E ALEXANDRO MARTELLO
Do G1, em Brasília
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), avisou durante sessão do Conselho de Ética que o presidente do Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), quer falar pessoalmente ao órgão nesta quinta-feira (21) sobre as acusações de receber ajuda de um lobista para pagar pensão à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha de 3 anos.
O conselho deve adiar a votação que pede o arquivamento do processo. A proposta foi feita pelo próprio presidente do conselho, Sibá Machado (PT-AC), após apelo dos colegas e depois que o relator substituto Wellington Salgado (PMDB-MG) apresentou um aditivo ao relatório de Epitácio Cafeteira (PTB-MA), que pediu licença por motivos de saúde. Salgado não concordou e os senadores agora discutem esse adiamento.
Processo aberto Na sessão, Sibá confirmou que o processo contra Renan já está aberto. Com isso, ele não pode mais renunciar e impedir o risco de ficar inelegível por 8 anos em caso de cassação de mandato.
A dúvida foi levantada pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O senador quis saber que tipo de relatório o Conselho de Ética votará: a abertura de investigação ou a conclusão de uma apuração iniciada. Sibá avisou que, como o processo está aberto, a votação é sobre uma investigação que já começou.
Com isso, se o relatório que pede o arquivamento do processo for derrubado, Renan estaria teoricamente condenado pelo conselho, e o caso já seguiria para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). E, depois, com destino ao próprio plenário.
Adiamento Logo no início da sessão, os líderes dos partidos de oposição, Democratas e PSDB, e aliados de Renan pediram o adiamento da votação. Pela oposição, falaram José Agripino (DEM-RN) e Arthur Virgilio (PSDB-AM), que defenderam mais tempo nas investigações.
"Não temos avaliação concreta, profunda. Não tenho como aprovar relatório (de arquivamento) se PSDB não tiver tempo necessário. Para que possamos ter algo muito simples: a verdade para dar um voto consciente", afirmou Virgilio.
"É uma crise que saiu dos limites físicos do Congresso. Para dar voto justos, preciso de argumentos, que virão com o tempo", disse Agripino.
Logo em seguida, manifestaram-se dois aliados de Renan: Eduardo Suplicy e Valter Pereira (PMDB-MS). Ambos também pediram o adiamento, o que diminuiU a chance de Renan conseguir aprovar nesta quarta o relatório de Cafeteira.
"É salutar para a Casa que se tenha comedimento no momento da decisão", disse Pereira. O senador Renato Casagrande seguiu na mesma linha.
Questionamento Na sessão, o PSOL questionou a indicação de Wellington Salgado na relatoria. O PSOL questionou Salgado por meio do senador José Nery (PSOL-PA).
Segundo ele, Salgado não poderia ocupar a função porque atuou em parceria com Renan num contrato de comodato em 1996 para ocupar imóvel em Goiás destinado a uma universidade do senador mineiro. Na época, Renan era presidente da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (Cnec), que teria atuado em parceria com Salgado.
O presidente do Conselho de Ética recusou o questionamento. Alegou que Nery não faz parte do conselho. Logo no começo da sessão, Sibá retificou informação dada por ele nos últimos dias de que o processo de votação do relatório que pede o arquivamento do processo já teria começado na sessão da última sexta. Segundo Sibá, o processo está ainda em fase de discussão.

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