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8 de junho de 2007

Decisão do Copom de Selic a 12% divide opiniões

ECONOMIA
Corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica anual de juros gera divergências
A decisão do Copom de baixar a 12% a taxa Selic causou divergência nos setores da economia. Anteontem, o Comitê de Política Monetária do Banco Central definiu o corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica anual de juros, que passou de 12,5% para 12%.
Para o ex-diretor do BC (Banco Central) Carlos Thadeu de Freitas Gomes, o Copom já poderia ter reduzido a Selic para 10% porque a inflação está controlada e o risco país caiu muito. Ele diz que o BC reduziu muito lentamente a Selic nos últimos dois anos e, por isso, a taxa acumulou “uma gordura, que está sendo tirada devagar”. Segundo ele, o Copom pode fazer mais quatro cortes de 0,50 ponto até dezembro.
A decisão de 12% agradou à CNI (Confederação Nacional da Indústria), não causou surpresa à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e deixou frustrada a Força Sindical.
A CNI afirmou, em nota, ver com otimismo a redução por acreditar que favorecerá o crescimento do país. Destaca ainda que reconhece o papel da política monetária na construção do atual ambiente de estabilidade e confiança. Também entende que era “necessária e inadiável” uma reavaliação do ritmo de queda dos juros.
Já Paulo Skaf, presidente da Fiesp, disse em nota que a decisão do Copom não foi surpresa, pois desde a última reunião (em abril) já havia uma sinalização de corte de meio ponto. No entanto, afirmou que a redução na taxa, “embora signifique um avanço”, é insuficiente para influenciar o câmbio, “cuja sobrevalorização prejudica vários segmentos industriais exportadores”.
Na opinião do presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, também divulgada através de nota, a queda de meio ponto percentual foi “modesta”. “Infelizmente, os tecnocratas do Banco Central continuam com uma visão distorcida da economia do país”, afirma a nota, acrescentando que a taxa básica de juros ainda está alta, “privilegiando apenas os especuladores”.
Aplicações na poupança perdem com mudança no cálculo da TRO corte da taxa Selic (do Serviço Especial de Liquidação e Custódia) para 12% ao ano reduz o rendimento da caderneta de poupança e sua competitividade ante os fundos de renda fixa. A Selic em 12% dispara a mudança feita no cálculo da TR (Taxa Referencial) em março pelo Banco Central, que resulta em uma taxa menor. A TR compõe o rendimento da caderneta, junto com o juro de 0,5% ao mês. A diferença de rendimento apurado na fórmula nova em relação à antiga ficará na casa de 4%, mas chegará a 10%, quando a Selic baixar mais.
De acordo com projeções, agora a poupança conseguirá bater apenas carteiras com taxa de administração superior a 2,5% ao ano.
Nova fórmula de juros é calculada a partir de um redutorA TR é calculada a partir da aplicação de um redutor na TFB (Taxa Básica Financeira). Foi esse redutor que mudou. Antes, o redutor aplicado a uma TBF igual ou inferior a 12% no cálculo da TR era de 28%. Agora, subiu para 32%, provocando diferença de 4,4% no rendimento da poupança – de 0,68% para 0,65%.
Banco do Brasil e CEF seguem BC e anunciam redução de taxas de jurosO Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciaram para o dia 11 a redução de taxas de juros aplicadas a serviços prestados aos seus clientes.
A decisão dos dois bancos públicos acompanha a redução da taxa básica de juros, em 0,5 ponto percentual, que passou para 12%, anunciada anteontem pelo Copom (Comitê de Polícia Monetária) do Banco Central.
O Banco do Brasil reduzirá as taxas mínimas do cheque especial e do cartão de crédito de 1,94% para 1,90% ao mês. Além dessa, também terão redução as taxas máximas desses mesmos produtos, modalidades de crédito direto ao consumidor e Cheque Ouro Empresarial, entre outras.
Já a Caixa Econômica Federal anunciou a redução de taxas para operações de pessoas físicas, as taxas de juros do penhor, crédito pessoal para antecipação do 13º salário e empréstimo consignado, entre outras.

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