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13 de junho de 2007

Darfour: ONU saúda aceitação pelo Sudão de força mista UA-ONU

O Conselho de Segurança da ONU saudou esta quarta-feira a aceitação pelo Sudão de uma «força híbrida» União Africana (UA) - Nações Unidas no Darfour e exortou a uma aplicação do acordo «total e sem atrasos».
O conjunto do Conselho «saudou o acordo» obtido terça-feira em Addis Abeba entre a ONU, a UA e o Sudão, depois de o secretário-geral adjunto encarregado das operações de manutenção da paz, Jean Guéhenno, ter dado garantias de que a operação «podia avançar», adiantou o embaixador da Bélgica, Johan Verbeke, que preside, em Junho, ao Conselho.
Os 15 membros do Conselho, que se reuniram à porta fechada para escutar um relatório pormenorizado de Guéhenno sobre a reunião de Addis Abeba, «apelaram a uma aplicação total e sem atrasos» do acordo, acrescentou Verbeke à imprensa.
Após meses de pressões diplomáticas, o Sudão aceitou terça-feira o estacionamento de uma força da UA e da ONU para tentar pôr fim à violência no Darfour e permitir o encaminhamento da ajuda humanitária para esta região, devastada pela guerra civil.
Dimitri Titov, director para África do departamento das Operações de Manutenção da Paz da ONU, que co-presidiu à reunião de Addis Abeba, indicou terça-feira que a «força híbrida» ONU-UA poderia contar entre 17.500 e 19.600 soldados e 6.000 polícias.
Todavia, «uma operação de manutenção da paz nunca é uma panaceia. A única solução reside na esfera política, em que será necessário um diálogo político aberto», advertiu Titov.
Actualmente, apenas 7.000 soldados da UA, mal financiados e mal equipados, estão estacionados no Darfour.
Após meses de resistência, o Sudão aceitou o estacionamento de uma força ONU-UA no Darfour, mas alguns países, entre os quais os Estados Unidos, duvidam que Cartum aceite verdadeiramente esta «força híbrida».
O presidente sudanês Omar al-Béchir «já fez promessas no passado quanto a aceitar uma força híbrida ONU-UA, mas houve sempre linhas em caracteres pequenos», disse o porta-voz do departamento de Estado norte-americano, Sean McCormack.
«E, neste caso, as linhas em caracteres pequenos parecem especificar que a força deverá limitar-se a tropas africanas», acrescentou.
Seria «muito difícil» aos países africanos fornecerem homens em número suficiente para esta força, referiu McCormack.
A China e o Egipto, que têm relações estreitas com o Sudão e se declararam prontos a examinar a possibilidade de participarem nesta força, saudaram a aceitação da «força híbrida» por Cartum.
«A parte chinesa saúda (esta decisão)», declarou o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang, acrescentando: «Os factos mostram que um diálogo num pé de igualdade é um meio eficaz para encontrar uma solução política para a questão do Darfour».
«O Sudão completa assim os seus compromissos. Compete agora à comunidade internacional prosseguir os esforços para uma solução política», disse por seu turno o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Ahmed Abul Gheit, num comunicado.
Sima Samar, especialista da ONU encarregada do acompanhamento da situação de direitos humanos no Sudão, pediu por seu turno um mandato claro de protecção dos civis para a nova força híbrida no Darfour.
Diário Digital / Lusa

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