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7 de outubro de 2007

A junta começa a retirar os soldados das ruas

A junta militar que governa Mianmar reduziu drasticamente o número de soldados que patrulham as ruas de Rangoon neste domingo. De acordo com informações de agências internacionais, os militares estão confiantes que não haverá novos grandes protestos contra o regime na principal cidade do país do sudeste asiático. As ruas permaneceram tranqüilas durante o dia, a medida que as últimas barricadas eram removidas do entorno dos pagodes budistas de Shwedagon e Sule, centros das manifestações populares apoiadas pelos monges do país nas últimas semanas.

Conforme os relatos, a internet continua cortada no país, as pessoas seguem com medo de falar a jornalistas, e algumas prisões de manifestantes ainda foram feitas no domingo. Mas a ditadura voltou a sinalizar que está disposta a conversar com a líder da oposição em Mianmar, Aung San Suu Kyi. Na sexta-feira, ela rejeitou uma proposta de diálogo vinda dos militares. Desta vez, no entanto, o seu partido, a Liga Nacional pela Democracia (LND), disse que a oferta pode abrir um canal de discussão entre as duas partes.

A situação tensa no país foi adereçada pelas Nações Unidas no final da semana, quando o enviado especial da ONU a Mianmar, Ibrahim Gambari, disse no Conselho de Segurança do órgão que a repressão aos protestos pró-democracia no país asiático pode ter um forte impacto no resto do mundo. "O mundo não é o mesmo de 20 anos atrás, e nenhum país pode se dar ao direito de se isolar dos padrões adotados por todos os membros da comunidade internacional", afirmou.

Horas depois, para acalmar a raiva despertada na comunidade internacional, a junta militar colocou no ar via TV estatal, pela primeira vez em quatro ano, imagens de Suu Kyi. A mulher por trás dos protestos pró-democracia que levaram à morte de mais de uma dezena de pessoas passou 12 dos últimos 18 anos em detenção. Conforme contam as agências, ela hoje vive em prisão domiciliar em Rangoon, cercada por 200 policiais.

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