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1 de outubro de 2007

Conservadores britânicos propõem corte de impostos para ganhar popularidade

Londres, 1 out (EFE).

- Os membros do Partido Conservador britânico se propuseram hoje a tentar recuperar popularidade nas pesquisas, por meio de propostas de corte de impostos, e insistiram que estão preparados para enfrentar eventuais eleições antecipadas.

Diante da forte queda de popularidade refletida nas últimas enquetes, o principal partido de oposição do Reino Unido tentou hoje em seu congresso ganhar terreno com uma lista de medidas voltadas para o favorecimento de temas familiares e para os contribuintes.

A grande incógnita comentada ao longo da reunião dos conservadores foi a que envolve a possibilidade de eleições gerais antecipadas, algo que não foi definido pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, ao longo do último congresso trabalhista.

Enquanto Brown aguarda o momento oportuno para dizer se antecipará ou não as eleições, o porta-voz de Economia da oposição conservadora, George Osborne, apresentou sua legenda como "a dos impostos baixos" no encontro com os correligionários, em meio a uma série de propostas divulgadas.

Seu discurso esteve voltado para a redução de impostos, e o dirigente anunciou o aumento do piso a partir do qual será aplicado o imposto sobre herança, que atualmente é de 300 mil libras (cerca de US$ 610 mil) e passaria a 1 milhão de libras (cerca de US$ 2 milhões).

Essa mudança, ressaltou Osborne, beneficiará nove milhões de famílias britânicas e possibilitará que "só os milionários" paguem taxas por herança.

A medida, que suporá uma economia de 2 mil libras (cerca de US$ 4 mil) para 285 mil pessoas, também vai atender às demandas da ala mais radical do partido, não muito de acordo com a trajetória do próprio líder da legenda, David Cameron, que estava apresentando apenas propostas de cunho social e com as quais tentava conquistar apoio político.

Para financiar essa medida, os conservadores imporiam uma taxa anual de 25 mil libras (cerca de US$ 50 mil) a muitos cidadãos ricos residentes no Reino Unido, mas cujo domicílio fiscal está no exterior e que não pagam impostos em território britânico.

O porta-voz dos conservadores anunciou também que sob um Governo conservador seria abolido o "stamp duty", imposto com o qual se taxa a compra de imóveis, para os cidadãos que têm acesso pela primeira vez a uma propriedade e sempre que esta custe menos de 250 mil libras (cerca de US$ 500 mil).

"Somos o partido dos impostos baixos. Para este partido, os impostos baixos não são só um presente de Natal, são para toda a vida", acrescentou.

Osborne quis deixar clara uma "nova divisão" na política britânica e estabeleceu a "autêntica diferença" entre o Governo trabalhista e o conservador.

"Enquanto o atual ministro da Economia (Alistair Darling) sempre está estudando formas de aumentar os impostos - observou -, eu buscarei formas de recuá-los".

Diante da possibilidade de eleições antecipadas, os "tories" (conservadores) aproveitaram para lembrar que o partido está "preparado" para governar o Reino Unido.

Apesar de Brown, que substituiu Tony Blair em 27 de junho último, ter prazo até 2010 para convocar o pleito, pode ser que o mesmo seja convocado antes para que a larga vantagem das últimas pesquisas seja aproveitada pelos trabalhistas.

A pesquisa de intenção de voto mais recente, elaborada pela firma Ipsos MORI para o "The Observer", pode aumentar a pressão para o adiantamento das eleições, já que, segundo indica, 70% dos britânicos defendem a realização das eleições no prazo de um ano.

Apenas 18% dos entrevistados querem que Brown espere até 2009 ou 2010 para convocar o pleito. EFE prc fr

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