Colaboração para a Folha Online
A família do ditador Augusto Pinochet teve uma vitória na Justiça chilena nesta sexta-feira. A Corte de Apelações de Santiago anulou os processos por suposto desvio de dinheiro público contra a viúva e quatro filhos do ditador, morto em dezembro passado.
Os processos foram apresentados em 4 de outubro pelo juiz Carlos Cerda, que investiga a origem da fortuna de Pinochet estimada em mais de US$ 20 milhões e mantida em contas no exterior, principalmente no Banco Riggs.
AP Jacqueline Pinochet (e) e Lucia pinochet (d), filhas do ex-ditador, em carro da polícia
Na ocasião, o juiz ordenou a detenção da família, que passou dois dias na cadeia, à exceção da viúva, Lucía Hiriart, que se sentiu mal e cumpriu prisão preventiva em um hospital militar.
O tribunal acolheu recurso a favor de Hiriart e dos filhos Marco Antonio, Lucía, Verónica e Jacqueline. O primogênito, Augusto Pinochet Hiriart, não havia recorrido e segue processado. Vários colaboradores do regime também escaparam.
O principal fundamento para a anulação é que o juiz, ao ouvir os acusados, não perguntou especificamente sobre o dinheiro.
Pinochet foi líder da junta militar que derrubou o presidente socialista Salvador Allende, em 11 de setembro de 1973. Ele morreu aos 92 anos sem responder por seus crimes.
Até 1990, Pinochet esteve à frente do regime que prendeu mais de 130 mil pessoas, muitas mortas, outras, torturadas --como a atual presidente do Chile, Michelle Bachelet, 56.
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