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25 de janeiro de 2008

Homem que feriu pessoas na Sé gritava 'SP me mata', diz padre

Homem foi reconhecido por testemunhas como morador da Praça da Sé. Para padre, ele estava bêbado e não tinha intenção de cometer um 'atentado'.
Silvia Ribeiro Do G1, em São Paulo

Foto: Márcio Fernandes/Agência Estado
Márcio Fernandes/Agência Estado
O homem, que foi identificado como morador de rua da Praça da Sé, foi detido depois de ferir duas pessoas (Foto: Márcio Fernandes/AE)

Testemunhas que viram o tumulto provocado por um homem na missa na Catedral da Sé na manhã desta sexta-feira (25) disseram que o acusado tinha nas mãos uma faca e um cavaquinho e, mesmo após ser imobilizado, gritava: “São Paulo me mata!”.

O homem, que foi identificado como morador de rua da Praça da Sé, foi detido depois de ferir três pessoas que estavam na missa e tentaram detê-lo quando viram a faca. “Ele não tinha a intenção de fazer um atentado. Não sabia o que estava fazendo, estava bêbado”, disse o padre Juarez Pedro de Castro, secretário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo que presenciou o tumulto.

Segundo o padre, o tumulto aconteceu a cerca de 20 metros das autoridades que estavam no local. O acusado estava atrás de um cordão de isolamento, onde se acumulavam fiéis que acompanhavam a missa. Estavam presentes o prefeito Gilberto Kassab (DEM), os ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e da Previdência Social, Luiz Marinho, o senador Eduardo Suplicy e o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.

O arcebispo de São Paulo, cardeal d. Odilo Scherer, não interrompeu a homilia em razão do tumulto. À Agência Estado, ele disse ter sido lamentável a invasão do homem na missa. Porém, na sua avaliação, o ocorrido não prejudicou a celebração religiosa. "Certamente foi um incidente lamentável e isso indica que se deve ter o máximo de atenção à segurança, mesmo na igreja, embora certamente esse não seja o lugar para se praticar violência", afirmou ele, após a missa.

As vítimas, um professor da pastoral da Igreja e dois policiais militares - um de 41 anos e outro de 42 anos. Pelo menos um dos policiais fazia a segurança de Marzagão. Eles teriam se ferido ao tentar imobilizar o suspeito.

De acordo com o coronel Álvaro Camilo, comandante do policiamento do Centro, o homem era um morador de rua que vivia na região da Sé. “Ele é um cidadão conhecido daqui. Sempre faz algum tipo de bagunça", disse. O coronel informou que o suspeito responde a processos.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele tem passagens por furto, roubo e lesão corporal. Ainda de acordo com Camilo, o homem não tinha objetivos definidos ao entrar na igreja nesta manhã. Mesmo assim, o coronel defendeu a imobilização dele. “Se os seguranças não fizessem isso, ele poderia ter ferido mais pessoas”, disse.

Dois feridos foram levados ao pronto-socorro do Hospital Vergueiro. Após serem medicados, eles foram liberados. Eles tiveram ferimentos leves. De acordo com a SSP, a confirmação do terceiro ferido só ocorreu durante a elaboração do boletim de ocorrência e não há informação de que ele tenha passado por atendimento médico.

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