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30 de janeiro de 2008

Venezuela vive nova crise de reféns

Assaltantes mantêm mais de 30 pessoas em seu poder por 25 horas em banco e, após fuga frustrada, libertam as últimas 5

Efe e AFP Caracas

A população venezuelana acompanhou com apreensão uma outra crise de reféns. Desta vez, os seqüestradores não eram guerrilheiros colombianos, mas delinqüentes comuns. Armados com pistolas e pelo menos uma granada, quatro assaltantes mantiveram durante 25 horas mais de 30 pessoas retidas num banco na cidade de Itagracia de Orituco, no Estado de Guárico, a 100 quilômetros de Caracas. No meio da tarde de ontem, após acordo com a polícia, os seqüestradores libertaram a maioria dos reféns e fugiram numa ambulância, levando cinco voluntários como escudo. Duas horas depois, a ambulância foi interceptada pela polícia numa estrada, onde os criminosos soltaram os últimos reféns e se entregaram.

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Imagens dramáticas dos reféns exibindo cartazes com pedidos de ajuda foram acompanhadas pela TV em todo o país. De manhã, seus parentes pediram a intervenção de Hugo Chávez. “Presidente, o senhor, que está atuando como mediador para a paz e a libertação dos reféns colombianos, ajude a salvar essas pessoas. Aqui é o seu povo que implora”, disse a uma rádio Brigiet de Goitia, mãe de um dos seqüestrados. Até o fim da tarde, Chávez não havia feito declarações sobre o caso.

Uma grávida de 8 meses, uma criança de 10 anos e um bebê de colo estavam ente os reféns, segundo Enrique Cottin, presidente do Banco Provincial, uma filial do espanhol BBVA. O drama começou na segunda-feira à tarde, quando os assaltantes foram surpreendidos por um policial que entrou no banco para retirar dinheiro do caixa automático. Após uma troca de tiros, o banco foi cercado pelas forças de segurança. “Conseguimos trazer os parentes (dos assaltantes) a tempo para negociar com eles”, disse o governador de Guárico, Eduardo Manuitt. Ontem, depois que os criminosos ameaçaram começar a executar reféns em 20 minutos, as autoridades concordaram em deixá-los partir na ambulância, que acabou interceptada a leste de Caracas.

O aumento da violência é uma das questões que hoje mais comprometem a popularidade do governo Chávez. Em 1998, ano em que ele foi eleito, 6.477 pessoas foram assassinadas no país. Em 2007, os homicídios passaram de 12 mil, de acordo com as fontes oficiais, e 387 pessoas foram seqüestradas. Há indícios, porém, de que a dimensão do problema seja ainda maior. Jornais e ONGs acusam o governo de mascarar os indicadores de criminalidade para não causar alarde. Mudanças na classificação dos crimes também contribuiriam, segundo esses meios, para ocultar o aumento da criminalidade. Hoje um “crime passional”, uma “morte ao resistir à prisão” e um “acerto de contas”, por exemplo, não são registrados como homicídio.

NÚMEROS

100 por cento foi o aumento no número de homicídios desde 1999, quando Chávez assumiu o governo

387 seqüestros foram registrados em 2007

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