BRASÍLIA - Cumprindo o que prometera ao PMDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou ontem o convite ao senador Edison Lobão (PMDB-MA) para ser o novo ministro de Minas e Energia. “O presidente acaba de me convidar”, confirmou o senador, no início da noite, após a conversa entre os dois.
“Tomo posse na segunda-feira”. A nomeação, no entanto, não tira a força da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, na pasta. Dos quatro técnicos do setor elétrico de absoluta confiança da ministra, apenas o atual ministro interino de Minas e Energia, Nelson Hubner, não tem a garantia de que ficará no cargo que ocupa, o de secretário-executivo da pasta. Outros três nomes ligados à ministra petista, todos em postos-chave no setor de energia, devem ficar, apesar de o ministério ter sido destinado ao PMDB. Com isso, Dilma manterá a grande influência que tem nos setores de energia e de petróleo.
Um dos integrantes da tropa de choque da ministra é Maurício Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), com sede no Rio. Tolmasquim chegou ao governo em 2003, para ser secretário-executivo de Dilma no Ministério de Minas e Energia. Só saiu do cargo para assumir a presidência da EPE, órgão subordinado ao ministério, com a incumbência de fazer o planejamento do setor. Dentre as atribuições da EPE está a de decidir quais usinas serão leiloadas. Tolmasquim foi também um dos principais formuladores do modelo energético implantado pelo governo petista.
O segundo nome de confiança da ministra que deverá permanecer no cargo é Márcio Zimmermann, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético. Também está no governo desde 2003, mas não foi o primeiro titular da Secretaria de planejamento. Ele assumiu o cargo ainda na gestão de Dilma à frente do ministério, no lugar de Amilcar Guerreiro. Na ânsia de ficar com o ministério, o PMDB chegou a apadrinhar Zimmermann e o presidente Lula deu mostras de que poderia efetivá-lo no lugar do ex-ministro Silas Rondeau, que se demitiu depois de ser apontado pela Polícia Federal como suspeito de ter recebido propina de empreiteiras.
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