Por Steve Slater
LONDRES (Reuters) - O consórcio de bancos liderado pelo Royal Bank of Scotland informou ter assegurado recursos para financiar sua proposta de 71 bilhões de euros (96 bilhões de dólares) de aquisição do holandês ABN Amro, e disse que seu acordo teria menos risco e não causaria tantos cortes de empregos como a oferta rival.
O ABN, contudo, afirmou que não teve qualquer contato com o consórcio desde que rejeitou a proposta do grupo em 6 de maio.
O banco holandês concordou em ser comprado pelo britânico Barclays por cerca de 63 bilhões de euros em ações. O Royal Bank of Scotland, o Santander e o Fortis estão tentando desemanharar esse acerto.
Após semanas de reivindicações, o regulador do mercado acionário holandês AFM forçou o ABN Amro e o consórcio a publicarem cartas, um memorando e outras correspondências recentes.
O consórcio confirmou intenção de propor 38,4 euros por ação do ABN, sendo 27 euros em dinheiro e o restante em ações do Royal Bank of Scotland. O trio de bancos poderia ajustar a oferta, mas a parcela a ser paga em dinheiro seria de pelo menos 26 euros por ação do ABN.
Pelos termos da operação, os ativos do ABN seriam repartidos entre os três compradores proponentes. Os negócios de banco de varejo no Brasil e na América Latina, por exemplo, ficariam com o espanhol Santander, de acordo com o memorando do consórcio de 5 de maio.
O ABN tem forte presença no Brasil, onde comprou os bancos Real e Sudameris.
As conversas entre o ABN e o consórcio foram colocadas de lado em 6 de maio, quando o trio informou que sua oferta era condicional à compra da subsidiária norte-americana do ABN, o LaSalle.
O trio propôs pagar 24,5 bilhões de dólares pelo LaSalle, superando a oferta de 21 bilhões de dólares pelo Bank of America, mas o ABN não aceitou o maior valor.
Em cartas dos dias 3 e 5 de maio, o consórcio confirma que o Fortis e o Santander iriam emitir ações para levantar recursos. O Royal Bank of Scotland emitiria ações diretamente em nome dos acionistas do ABN.
O Merrill Lynch --que aconselha o trio de bancos-- seria o subscritor de todas as ações.
(Reportagem adicional de Clara Ferreira-Marques, Mark Potter e Dan Lalor)
(Costa)
Nenhum comentário:
Postar um comentário