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9 de maio de 2007

No 1º dia no Brasil, papa ataca aborto e eutanásia

Folha Online O papa Bento 16 defendeu hoje, durante seu primeiro discurso no Brasil, o direito à vida e condenou o aborto e a eutanásia. Segundo ele, é importante "promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio, como exigência própria da natureza humana". No avião, durante sua viagem para o Brasil, o sumo pontífice apoiou a ameaça de excomunhão feita por bispos mexicanos contra os membros da Assembléia Legislativa e o prefeito da Cidade do México, Marcelo Ebrard, por terem descriminalizado o aborto na capital mexicana.
"Esta ameaça não é arbitrária e está prevista no código de direito canônico", que regulamenta a Igreja Católica", disse Bento 16, em declarações feitas durante sua viagem para o Brasil.
Segundo o papa, o direito canônico diz ainda que a "morte de uma criança é incompatível com a comunhão e que os bispos não foram arbitrários, só trouxeram à luz o direito da Igreja". Mais tarde, após a repercussão da fala do papa durante o vôo, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, anunciou que os bispos mexicanos não chegaram a excomungar o prefeito e os parlamentares daquele país e que o papa por sua vez também não o fez, já que esses políticos se "auto-excluíram do sacramento da comunhão".
A chegada do papa a São Paulo interferiu no trânsito da cidade e levou centenas de fiéis ao centro de São Paulo, vindos de diversos Estados do Brasil e de países vizinhos. Segundo o coronel César Augusto Moura, chefe da comunicação social do Comando Militar do Sudeste, responsável pela segurança de Bento 16 em São Paulo, cerca de 10 mil pessoas estavam na região do largo São Bento no momento da chegada do papa ao mosteiro, de onde o pontífice acenou e fez uma saudação ao público. "Esta acolhida tão calorosa comove o papa! Obrigado, por terem querido aguardar-me. Estes dias para todos vocês e para a igreja estarão cheios de emoções e de alegrias. É uma igreja em festa! De todos os cantos do mundo estão rezando pelos frutos desta viagem, a primeira viagem pastoral ao Brasil e à América Latina que a providência me permite realizar como sucessor de Pedro!", disse o papa da sacada do mosteiro de São Bento.
"A canonização do frei Galvão e a inauguração da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho serão marcos históricos para a igreja. Conto com vocês e com suas orações!", acrescentou.
O avião que trouxe o papa Bento 16 ao Brasil pousou na base aérea de São Paulo por volta das 16h, cerca de meia hora antes do previsto inicialmente. Sorridente, o papa desceu do avião pouco depois das 16h. Ao sair do avião, o papa encontrou um tapete vermelho e foi recepcionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela primeira-dama Marisa Letícia.
PROGRAMAÇÃO
Na quinta-feira (10), Bento 16 terá um encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, depois, com jovens no estádio do Pacaembu. Na sexta-feira (11), o papa participará de uma missa no Campo de Marte, também em São Paulo. Na ocasião, o frade franciscano Antônio de Sant'Anna Galvão (1739-1822), o frei Galvão, será canonizado por Bento 16.
Em seguida, ele participa de um encontro com bispos na Catedral da Sé, no centro de São Paulo. À noite, ele viaja para Aparecida, onde ficará hospedado no Seminário Bom Jesus. No sábado (12), o papa se deslocará para Guaratinguetá (a cidade vizinha ao santuário nacional de Nossa Senhora Aparecida), onde visitará um centro de recuperação de viciados em drogas, a Fazenda da Esperança, e, depois, já na basílica de Nossa Senhora Aparecida, rezará um rosário.
No domingo (13), o papa celebrará uma missa de abertura da 5ª Celam (Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe), dará início aos trabalhos da conferência e discursará ao presentes no encontro.
No mesmo dia, ele regressa ao aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos (Grande São Paulo), para o embarque de retorno a Roma. A Celam prossegue até o dia 31 de maio. Esta é a segunda vez que Bento 16 visitará o Brasil. A primeira foi em 1990, quando ocupava o cargo de prefeito da Congregação da Doutrina da Fé. O então cardeal Joseph Ratzinger assistiu na época a um encontro de bispos brasileiros.
{Costa}

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