Diante de um novo impasse nas negociações com o governo, funcionários do Banco Central (BC) voltaram à greve, hoje, desta vez por tempo indeterminado. A última proposta do Ministério do Planejamento foi de reajuste salarial de 30%, em média, dividido em três parcelas em 2008 e a última, em janeiro de 2009. As assembléias julgaram insuficiente, porque o governo tem uma dívida conosco retroativa a 2006 , explicou David Falcão, presidente nacional do Sinal, um dos sindicatos da categoria.
Segundo Falcão, a proposta do governo foi feita semana passada, depois de uma paralisação de 72 horas realizada pelos servidores do BC. Os sindicalistas voltaram à mesa de negociação, ontem à noite, com a contraproposta retirada em assembléias representativas dos 4,8 mil técnicos e analistas.
O índice de reajuste e o parcelamento foram aceitos pelos funcionários do BC. Mas eles querem que a primeira parcela seja retroativa a junho de 2006 e que as duas restantes sejam aplicadas em janeiro e abril de 2007. Há um custo acumulado desde o ano passado , reitera Falcão. Ele insiste que a equiparação deve ser com os auditores da Receita Federal, que no ano passado receberam 30% de reajuste, enquanto o índice para o pessoal do BC ficou em 10%.Pela proposta atual, o nivelamento será com os servidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Superintendência de Seguros Privados (Susep), a quem o governo fez a mesma proposta.
Ainda é um patamar abaixo do que foi dado aos funcionários da Receita, que receberam 30% integrais, de uma vez só, no ano passado. Por isso nós insistimos , disse Falcão.Já do lado do governo, segundo o sindicalista, não houve disposição para avanços. O governo reconheceu que existe a diferença, mas não arredou um milímetro na reunião de ontem.
Ele disse que o entendimento, até agora, é de prosseguir a paralisação por tempo indeterminado, com uma sinalização de tentar voltar à mesa de negociação na próxima semana.Falcão esclareceu que, de início, não há problemas para a população , mas que a greve poderá gerar transtornos, se for demorada, para algumas operações de mercado como, por exemplo o fechamento de contratos de câmbio em operações vultosas de comércio exterior, cujo sistema (Siscomex) trava à espera de autorização da autoridade monetária.
As mesas do BC de operações com o mercado não são atingidas pelo movimento de greve, segundo Falcão, porque continuam a operar com um número mínimo de funcionários.Somente no final do dia, o sindicato e a direção do BC terão números sobre a paralisação
Da Agência O Globo
{Costa}
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