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16 de maio de 2007

Sarkozy assume Presidência da França

O novo presidente da França, Nicolas Sarkozy, tomou posse nesta quarta-feira. A cerimônia teve início às 6h (horário de Brasília) com a sua chegada ao Palácio do Eliseu, onde passou em revista a Guarda Republicana, antes de seu antecessor, Jacques Chirac, dar as boas-vindas na escadaria do Palácio.
A cerimônia foi minuciosamente preparada pelas equipes de Chirac e Sarkozy, segundo o tradicional ritual republicano.Sarkozy entrou no Palácio do Eliseu, pelo pátio de honra, acompanhado do futuro secretário-geral da Presidência, Claude Guéant.
Sua mulher, Cécilia Sarkozy, e o seu filho, Louis, chegaram minutos antes, acompanhados pelos dois filhos do primeiro casamento de Sarkozy e pelas duas enteadas do presidente eleito.Após percorrer o longo tapete vermelho estendido desde a entrada do pátio de honra até a escada principal, Sarkozy foi recebido por Chirac. Eles se deram as mãos e posaram, sorridentes, para os fotógrafos. Em seguida, subiram juntos a escada.
Em uma conversa no escritório presidencial o presidente em fim de mandato entregou ao seu sucessor os códigos secretos de ativação das armas nucleares da França, uma das principais prerrogativas e responsabilidades do chefe de Estado.Sarkozy em seguida acompanhou seu antecessor e ex-mentor até a saída.
Após receber as insígnias da Grande Cruz da Legião de Honra, começou a cerimônia propriamente dita de posse, com a proclamação solene de Sarkozy como presidente da República.
Em seu primeiro discurso como chefe de Estado, destacou a necessidade de unir seus compatriotas."Não tenho direito a decepcionar os franceses", afirmou Sarkozy, que enfatizou a exigência de mudança, de romper com o passado e de obter resultados para seu mandato de cinco anos.
Sarkozy, que quer abrir seu governo ao centro e à esquerda, disse que para servir à França não há campos, mas somente as competências, as idéias e as convicções daqueles que se colocam diante do interesse geral, e acrescentou que está disposto a trabalhar com eles. "Defenderei a independência e a identidade da França. Lutarei por uma Europa que proteja, ela união do Mediterrâneo, pelo desenvolvimento da África, pela paz e pelo desenvolvimento sustentável".
Sarkozy, que viajará hoje mesmo para Berlim onde se reunirá com a chanceler alemã, Angela Merkel, começou seu discurso com um elogio ao cinco presidentes que o antecederam na V República, começando por seu fundador, o general Charles de Gaulle.
Do general destacou que salvou a França, de George Pompidou e de Valery Giscard d’ Estaing deu ênfase ao trabalho de modernizaçção do país e do socialista François Mitterrand falou sobre sua habilidade para realizar a transição e preservar as instituições.
Por último, Sarkozy aplaudiu o trabalho de Jacques Chirac a favor da paz e na defesa dos valores da França no mundo, assim como seu papel de despertar as consciências sobre o desastre ecológico.
Nicolas Sarkozy assume a Presidência da França sob fogo cruzado da oposição de esquerda e das trincheiras da direita. Além de ser alvo de polêmica envolvendo seu casamento e de ameaças de um grupo ligado a rede terrorista Al-Qaeda, sua decisão de convidar personalidades socialistas para integrar o governo gerou protestos dentro de seu próprio campo direitista e irritou a oposição, que viu nisso uma manobra para dividir a esquerda. Na terça-feira, enquanto Chirac se despedia dos franceses na televisão dizendo ter o sentimento de "dever cumprido", Sarkozy se preparava para pôr em prática seus dois grandes lemas de campanha: ruptura e reforma. ( Leia reportagem completa no Globo Digital)
A sua primeira "ruptura" é uma verdadeira revolução na direita: está praticamente certa a nomeação de Bernard Kouchner - um ministro do governo socialista de François Mitterrand e um dos fundadores da organização Médicos sem Fronteiras - para assumir um dos principais ministérios, o das Relações Exteriores. Jean-Pierre Jouyey, que foi diretor-adjunto do Gabinete do premier socialista Lionel Jospin, foi outro sondado para integrar a equipe de Kouchner. O socialista Hubert Védrine, ex-ministro das Relações Exteriores, também foi visto saindo da sala de Sarkozy no dia 11.
Na direita, o flerte do novo presidente com a oposição já fez descontentes. Jacques Myard, deputado da UMP, partido de Sarkozy, disse ter digerido mal a esperada nomeação de Kouchner e avisou não é "nem de longe" o único insatisfeito. No Partido Socialista (PS), os que caem na sedução de Sarkozy são vistos como traidores.
A grande preocupação por trás da revolta - tanto na esquerda quanto na direita - são as eleições legislativas de junho, que vão escolher o novo Parlamento. Muitos deputados de direita passaram anos demonizando a esquerda. E vice-versa. A campanha local fica mais difícil quando se tem que justificar um governo que convida rivais históricos para se sentarem à mesma mesa.
Da Agência EFE
Costa

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