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2 de maio de 2007

Bispos criticam política econômica do Governo

D. Geraldo Magella segura imagem de N. S. Aparecida ao lado de d. Odilo Scherer (Foto: Eliandro Figueira/AE)
Em mensagem aos trabalhadores divulgada ontem, no Dia do Trabalho, bispos reunidos em Itaici, Indaiatuba, a 125 quilômetros de São Paulo, durante a 45ª Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criticaram a política econômica do atual governo e afirmaram no documento que privilegiar o pagamento de juros da dívida pública significa comprometer um orçamento capaz de atender às necessidades básicas dos trabalhadores e o desenvolvimento do País.
"Reconhecemos que algumas políticas públicas têm proporcionado transferência de renda, oferta de novos postos de trabalho, recomposição do poder de compra do salário mínimo. Preocupam-nos, no entanto, a persistência do desemprego, o subemprego, a informalidade, o trabalho infantil, as migrações internas e para outros países", também publicaram os bispos no documento.
A assembléia geral da CNBB vai até o dia 9, quando devem ser escolhidos os novos presidente, vice-presidente e secretário-geral da conferência e os temas que serão levados à 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho, que vai de 13 a 31 deste mês e será aberta pelo papa Bento XVI.
O bispo de Ilhéus (BA), d. Mauro Montagnoli, afirmou que falta ainda vontade política para a realização de uma reforma agrária justa e eficaz. "A Igreja é a favor dessa reforma e tem marcado presença no sentido de apoiar e insistir que ela ocorra. A Justiça tem contribuído para dificultar isso. Vemos centenas de trabalhadores acampados. Falta vontade política para a realização dessa reforma", criticou.
Arcebispo de Vitória da Conquista (BA) e um dos vice-presidentes do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), d.Geraldo Lyrio, Rocha disse que a reforma agrária não basta. "Há um descaso em relação às famílias assentadas. Não basta dar posse de terra se não há condições de desenvolvimento agrícola, produção orientada e escoamento dessa produção.
" Bem cotado para a eleição da CNBB, d. Geraldo afirmou que não disputa poder. "Todos os bispos aqui são candidatos e eleitores. Ninguém se lança candidato. As eleições aqui têm uma dinâmica diferente das disputas de cargos públicos porque são outras motivações", afirmou d.Geraldo. (das agências)
{Costa}

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