Vladimir Putin dum lado, Durão Barroso e Angela Merkel do outro, chocaram em inúmeros pontos.
Mil quilómetros a sudeste de Moscovo, a estância balnear perto de Samara, junto ao Volga, não tornou caloroso o clima da cimeira. Já se sabia que dali não ia sair nenhum novo tratado de parceria estratégica entre a União Europeia e a Rússia.
A Polónia veta tudo, porque Moscovo mantém um embargo à importação de carne polaca. Mas as zonas de atrito entre os 27 e o Kremlin são bem mais variadas.
A começar pelo tipo de democracia e liberdades que vigoram na Rússia. Um famoso opositor de Putin, Garry Kasparov, queria juntar-se à manifestação de protesto em Samara. No aeroporto de Moscovo, a polícia deteve o antigo campeão mundial de xadrez e uma vintena de companheiros até já não haver aviões para Samara.
Mal abriu a conferência de imprensa final da cimeira, Angela Merkel, presidente em exercício da União, disse estar preocupada com o caso.
Merkel afirmou que não estava em causa o direito de a polícia deter manifestantes que vandalizam e usam a violência. Apenas a liberdade de expressão.
Putin gostaria que a cimeira servisse para que Berlim e Bruxelas amansassem um pouco os vizinhos europeus com quem a Rússia tem estado desavinda: Polónia, Estónia, Lituânia. Mas o número um de Bruxelas frisou o princípio de solidariedade dos 27.
Vladimir Putin não esteve com meias palavras. Quando lhe falaram de desrespeito dos direitos humanos na Rússia, retorquiu que países da União como a Estónia e a Letónia são os que violam os direitos humanos da minoria russa duma maneira inadmissível e indecente para a Europa.
E no caso da Estónia, com o braço-de-ferro por causa da remoção duma estátua do Exército Vermelho, Putin afirmou que a polícia estoniana não dispersa apenas os manifestantes, mas que matou um manifestante russo.
Costa
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