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29 de maio de 2007

Estudantes dizem que decretos de Serra ameaçam a autonomia de universidades

Ricardo Valota
SÃO PAULO - Em assembléia realizada no final da noite de segunda-feira, 28, os estudantes que invadiram, no último dia 3, o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), no bairro do Butantã, zona oeste da capital paulista, decidiram que darão continuidade à ocupação.
Na assembléia, realizada sem a presença dos jornalistas, cerca de 500 estudantes colocaram em pauta o resultado da reunião ocorrida durante a tarde com o secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, com a reitora da universidade, Suely Vilela, com representantes do Ministério Público, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana e funcionários e professores da USP, além de estudantes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Não houve acordo na reunião, mas, segundo os estudantes, "o canal de negociação está aberto". De acordo com informações da comissão estudantil, foi marcada para às 14 horas de quinta-feira, 31, uma manifestação em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no bairro do Morumbi, Zona Sul da cidade de São Paulo.
O ato tem como objetivo reivindicar melhores instalações na universidade e criticar os decretos do governador José Serra para o ensino superior.
Segundo os manifestantes, decretos estaduais publicados em janeiro ameaçam a autonomia das universidades estaduais: a USP, a Unicamp e a Unesp. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nega a alegação.
A PM tem uma ordem do poder judiciário para reintegração de posse, mas continua o impasse entre o comando do Policiamento de Choque, na pessoa do coronel Joviano Conceição Lima, e o governo do Estado. A Polícia Militar já havia informado em dias anteriores que, num possível cumprimento da decisão judicial, caso haja resistência, os policiais poderão entrar no local e prender os alunos.
Ufscar

Além de USP, Unesp e Unicamp, a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) também teve greve, com adesão de cerca de 90% dos servidores e funcionários da universidade.

"Queremos agora derrubar uma liminar proibitiva, conseguida pela reitoria, que nos proíbe de fazer piquetes e fechar os portões da instituição", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Técnicos e Administrativo da Ufscfar (Sintufscar), Carlos Cícero Nogueira. As discussões e avaliações sobre a paralisação serão diárias, segundo Nogueira.
Em Ribeirão Preto, cerca de 70% dos funcionários da Universidade de São Paulo (USP) continuaram em greve, assim como os docentes, que irão fazer uma avaliação da paralisação na terça-feira. André Luís Orlandin, diretor do Sintusp, disse que os alunos também poderão optar, na quinta-feira, pela paralisação.
Em São Carlos, os funcionários da USP também continuaram parados e na terça os docentes poderão seguir o mesmo caminho. Na Unesp de Araraquara, alunos e professores do Departamento de Letras continuam parados desde quinta-feira.

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