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18 de maio de 2007

Lula evita comentar prisões feitas pela Operação Navalha

Presidente disse que não vai falar sobre Operação ´porque está apenas no começo´ Roberta Pennafort, Ana Paula Scinocca e Fabio Graner
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em rápida entrevista em Araguaína (TO), onde inaugurou um trecho de 150 quilômetros da Ferrovia Norte-Sul, afirmou que não pode fazer comentários sobre a Operação Navalha, da Polícia Federal, porque está apenas no começo. "O presidente da República, de forma responsável, não pode prejulgar nada nem ninguém", declarou.
Segundo o presidente, as investigações, que já resultaram na prisão de políticos, autoridades e empresários, não se restringem a fraudes em obras previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "São (fraudes) em nove Estados e em todas as obras. Agora, entra o processo. Com muita tranqüilidade, vamos deixar que a polícia e a Justiça façam a sua parte, doa a quem doer", acrescentou Lula.
A obra inaugurada por Lula em Araguaína, a 350 quilômetros de Palmas, faz parte do PAC, contou com recursos de R$ 458 milhões e está sendo realizada pela Valec. Lula estava acompanhado dos ministros dos Transportes, Alfredo Nascimento, e de Minas e Energia, Silas Rondeau, além do presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).
Rondeau, que demitiu seu assessor especial Ivo Almeida Costa, suspeito de envolvimento com a quadrilha presa na operação, evitou falar com a imprensa durante a visita. A demissão de Almeida Costa foi publicada na edição desta sexta do Diário Oficial da União, assinada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
PAC
A ministra Dilma Rousseff afirmou que a Operação Navalha ajuda a "preservar" de possíveis fraudes as licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "A Polícia Federal mostrou que (a suposta quadrilha) estava em vias de usar as licitações do PAC para ações ilícitas. A operação cria um ambiente muito mais preservado para as licitações do PAC", disse a ministra a jornalistas.
Dilma disse ainda que considera excessiva a suspeita sobre o PAC. "Não existe programa que cometa delito de corrupção. Existem pessoas que cometem delito de corrupção", argumentou. Para a ministra, a Operação Navalha vai acabar com um esquema de décadas já que os envolvidos são funcionários antigos do governo.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, também negou que a descoberta da rede ameace o maior programa federal de investimentos. "Podiam ameaçar o PAC, o papa, quem quisessem ameaçar, o que importa é que estão todos presos", disse Bernardo a jornalistas. Dilma e Bernardo falaram sobre as prisões à saída de uma reunião de prefeitos do PT, num hotel em Brasília.
Bernardo afirmou que o governo está tornando cada vez mais transparente a execução dessas obras. "Hoje, está tudo na internet.
Segundo o ministro, o cronograma das obras está mais rápido do que normalmente ocorre e será acelerado ainda mais. "Nós estamos a todo momento preocupados com o nosso cronograma de obras. É por isso que temos um Comitê Gestor, com três ministros, e cada ministério tem um trabalho interno e o trabalho está andando muito bem".
Retaliações
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que o ministério não sofreu qualquer tipo de pressão de autoridades por causa da investigação da Operação Navalha, referindo-se especificamente ao Estado do Maranhão. Tarso contou que na quinta-feira, em Brasília, foi procurado pelo governador Jackson Lago (PDT) e parlamentares da bancada maranhense na Câmara dos Deputados, que lhe perguntaram se a operação era uma retaliação política. "Foi um pedido de informações e eles receberam e se satisfizeram com as explicações ", afirmou o ministro, que está no Rio para compromissos com o governador Sérgio Cabral Filho (PMDB) e o secretário Nacional de Segurança Pública, Luiz Fernando Corrêa.
Jackson Lago escapou de ser preso graças à Constituição de seu Estado. Durante as investigações, o governador foi citado em dez gravações telefônicas entre membros da quadrilha.
A ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), entendeu que faltaram “elementos fáticos” para que ele fosse preso em flagrante - única hipótese prevista na Constituição do Maranhão.
Já os sobrinhos do governador, Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior, foram presos na operação. Eles teriam recebido “vantagem indevida” de R$ 240 mil do dono da Gautama. Conforme a ministra, os dois agiam “em nome” de Lago.
Banco Regional da Brasília
O presidente do Banco Regional da Brasília (BRB), Roberto Figueiredo Guimarães, foi afastado do cargo, por conta das denúncias de suposto envolvimento no esquema de fraude de licitações de obras públicas. Guimarães está preso. Em seu lugar assume interinamente o funcionário de carreira do BRB, Laércio Barros Junior. Ele está há 18 anos no BRB, tem formação em Ciências Econômicas e MBA em Controladoria e Finanças.
Costa

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