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1 de maio de 2007

Primeiro-ministro pedirá eleições antecipadas na Turquia

EFE
Ancara - O primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou hoje em Ancara que pedirá ao Parlamento a antecipação das eleições gerais do país, caso o islamita moderado Abdullah Gül volte a fracassar em sua tentativa de chegar à Presidência.
As eleições legislativas, previstas para o final do ano, podem ser antecipadas "para 24 de junho ou 1º de julho", segundo afirmou Erdogan, após se reunir com a cúpula de seu partido.
As declarações foram feitas depois que o Tribunal Constitucional anulou o primeiro turno da votação para nomear Gül como novo presidente da república.
O chefe do Governo anunciou também que o Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) fará tudo o que for possível para trocar o atual sistema indireto de eleição presidencial por um sistema direto, pelo qual o presidente seja eleito pela população nas urnas, em dois turnos.
O primeiro-ministro explicou que o AKP, partido governista e de orientação islâmica, respeita a decisão da suprema Corte e propôs um novo calendário para a votação parlamentar para presidente: quinta-feira, dia 3 de maio - para a repetição do primeiro turno (realizado sexta-feira) - e os dias 7, 11 e 15 de maio - para os três turnos restantes, previstos pela lei vigente.
A Presidência do Parlamento se reunirá amanhã para decidir se aprova o novo calendário.
Se a situação de sexta-feira se repetir o processo não poderia sequer ser iniciado, segundo decisão judicial do Tribunal. No dia 27 de abril, Gül não alcançou o número de votos necessários para ser proclamado presidente, além de não ter comparecido à sessão o mínimo necessário de 367 deputados.
Nesse caso, a convocação de eleições gerais antecipadas seria uma "necessidade constitucional", reconheceu Erdogan.
Para o pleito, o Governo de Ancara elaborará uma modificação da lei constitucional para diminuir para 25 anos a idade mínima exigida dos candidatos a uma cadeira parlamentar, anunciou.
"Nosso povo pode ficar tranqüilo. Temos maturidade para sair desta situação. Agora vamos ao voto popular", afirmou Erdogan.
Neste contexto, lembrou as grandes manifestações realizadas nos últimos dias em Ancara e Istambul contra seu Governo e contra o fato de um islamita (moderado) ocupar a Presidência do país.
"Acho que essa gente pode se expressar muito bem nas eleições que serão realizadas em cerca de 60 dias".
Por outro lado, o primeiro-ministro disse que recebeu várias ligações de governantes e políticos europeus que lhe disseram que não estão à vontade com o que aconteceu na Turquia.
"Disse a eles que não se preocupassem. A Turquia entrará em processo democrático normal com as eleições", comentou Erdogan.
{Costa}

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