Ex-secretário de Justiça de Alckmin e ligado ao ex-governador Cláudio Lembo assume na sexta-feira
Eduardo Reina, do Estadão
SÃO PAULO - O prefeito Gilberto Kassab (DEM) vai mexer em postos-chave de seu gabinete. Foi anunciada a troca de secretário de Transportes. Na sexta-feira, Frederico Bussinger passa o comando da pasta para o promotor de Justiça Alexandre de Moraes, também do Democratas e que ocupou a Secretaria Estadual de Justiça (2002 a 2005) e a presidência da Fundação Casa (ex-Febem). Moraes é ligado ao ex-governador Cláudio Lembo.
Assim como Bussinger, Moraes vai acumular a presidência da São Paulo Transporte (SPTrans), que gerencia o transporte púbico na capital. No cargo desde o início do mandato de José Serra (PSDB), Bussinger vai assumir o comando de uma secretaria especial que Kassab pretende criar para desenvolver uma agência de regulação de transportes públicos e outros serviços delegados à Prefeitura.
A saída de Bussinger e a entrada de Moraes, segundo políticos ouvidos pelo Estado, demonstra que Kassab se prepara para a reeleição com todas as armas que tem às mãos. Uma ala afirma que a ida do engenheiro e economista para a agência a ser criada significa "uma queda para cima". Outros alegam que o já ex-secretário, não muito bem visto por alas do PSDB e do DEM, terá melhor aproveitamento na nova função. Bussinger não quis comentar a decisão.
Nova agência
A agência que ficará a cargo de Bussinger cuidará do planejamento de transportes na capital, como a criação de novos corredores de ônibus. Mas o principal problema será administrar o bilhete único com o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Em novembro, Bussinger chegou a dizer que as gratuidades para idosos e deficientes, além da meia passagem para estudantes, eram "uma dificuldade asfixiante" para as contas do transporte público. Pelos cálculos da Prefeitura, são necessários R$ 209 milhões para complementar o subsídio da tarifa de ônibus a R$ 2,30.
Outra projeção feita no ano passado, levando em conta a tarifa ideal naquela época, de R$ 2,67, indicava que a passagem poderia baixar para R$ 1,46 sem o bilhete único e as gratuidades. E baixaria ainda mais, para R$ 1,34, considerando-se a manutenção do subsídio do Município. Em maio de 2004, quando começou a funcionar o sistema de integração, o número de bilhetes em circulação era de 3 milhões por mês. Hoje, já chega a 68 milhões.
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