Depois de anos bem mais complicados em relação aos incêndios em Portugal, mas também em França e em Espanha, este ano é a Grécia quem parece estar a sofreer mais com esta tragédia, com incêndios de enormes dimensões a destruir tudo à sua passagem, havendo já a registar 60 mortos nos últimos três dias, sendo que muitoas das vítimas morreram encurraladas nas suas habitações, ou nos seus automóveis quando procuravam fugir das chamas. Hoje mesmo, os bombeiros conseguiram salvar a antiga cidade grega de Olímpia, conhecida por ser o "berço" dos Jogos Olímpicos, de onde, de quatro em quatro anos, parte a chama olímpica para os Jogos Olímpicos.
O incêndio que de aproximou dos arredores da cidade de Olímpia, o lugar de origem dos Jogos Olímpicos, foi interrompido ainda fora da região histórica. "O fogo alcançou uma colina que dá para a cidade de Olímpia, mas foi interrompido um pouco antes de entrar no sítio arqueológico", disse um porta-voz dos bombeiros à agência Reuters que pediu para não ser identificado. Aliás, as autoridades estão a enfrentar forte contestação popular, que critica o Governo grego de não estar a fazer tudo aquilo que devia para colocar um ponto final a esta tragédia.
Para já, sabe-se que "seis aviões, dois helicópteros, 15 equipamentos de incêndio e 45 bombeiros participaram dos esforços para conter o fogo" em Olímpia, o que foi conseguido, mas a verdade é que o incênciod que teve início numa zona comercial, para além das 51 vítimas que já fez, tem destruído centenas de habitações, sem que as autoridades consigam deter o caminho das chamas. Entretanto, o Governo grego já decretou o estado de emergência nacional.
Recorde-se que as chamas lavram desde sexta-feira na península do Peloponeso, no sul da Grécia, tendo as chamas atingido durante o dia de ontem uma parte do museu de Olímpia, localizado diante do santuário de Zeus, tendo a electricidade sido cortada, segundo a polícia. O avanço das chamas para o templo de Apólo, na Olímpia Antiga, a oeste do Peloponeso, foi evitado com o apoio de três aviões Canadair e de dois helicópteros. Os sítios arqueológicas da Olímpia Antiga, lugar de fama mundial onde se realizavam os Jogos Olímpicos da antiga Grécia e actualmente sede da Academia Olímpica Internacional, dispõem de um sistema de irrigação artificial para proteger as instalações.
Portugal enviou ajuda
Em face da calamidade que está a afectar a Grécia, o Governo português determinou o envio de apoio para o combate ao incêndio na Grécia, nomeadamente um avião Canadair, segundo divulgou a Autoridade Nacional de Protecção Civil. O avião, que foi cedido após o contacto entre o ministro da Administração Interna, Rui Pereira, e o seu homólogo grego, saiu do Centro de Meios Aéreos de Seia e ficará estacionado na Base Aérea de Elefsis, a 18 quilómetros de Atenas, onde ficará à disposição das autoridades de protecção civil gregas. Para já não há um prazo para o regresso do Canadair, ficando à disposição das autoridades gregas até ser necessário, ou em função das necessidades da presença do mesmo em Portugal.
O Governo português respondeu assim a um pedido de ajuda por parte da Grécia a toda a Europa no sentido de obter apoio para o combate aos fogos, que levaram aquele país a decretar o estado de emergência. Além do Canadair, foi também enviada para a Grécia uma equipa constituída por um perito e um oficial de ligação para acompanhar a missão, com duração prevista de três dias. As autoridades gregas pediram a ajuda da União Europeia e alguns países já enviaram aviões, helicópteros e bombeiros. Entre os países que já disponibilizaram meios para combater a vaga de incêndios que assola a Grécia encontram-se a França, Espanha, Itália, Alemanha, Holanda, Chipre, Noruega e, desde ontem, Portugal. Já ao final do dia de hoje soube-se que também os Estados Unidos anunciaram estar disponíveis para enviar equipas e meios de combate aos incêndios.
Comissão Europeia agradeceu solidariedade
Perante a rápida resposta dos vários países europeus, a Comissão Europeia agradeceu a solidariedade demonstrada na disponibilização de aviões, helicópteros e bombeiros à Grécia, em face da tragédia humana e ecológica que se vive no país. “É uma tragédia que se tenham perdido tantas vidas. É também um desastre ecológico de uma dimensão sem precedentes, com dezenas de milhares de hectares de habitats destruídos”, lamentou ontem, em comunicado, o comissário europeu do Ambiente, o grego Stavros Dimas.
Já o português Durão Barroso, presidente da CE, manifestou as condolências da Comissão às autoridades gregas e às famílias de mais de meia centena de vítimas, acrescentando que mal os incêndios sejam extintos deverão empreender-se “imediatamente” os esforços para reconstruir as áreas povoadas e habitats naturais destruídos.
Um milhão de euros pela entrega dos incendiários
Num vídeo hoje divulgado pela televisão grega é visível a presença de algumas pessoas nas encostas florestais onde começaram os incêndios, no preciso momento em que estes deflagravam, o que não deixa dúvidas quanto à origem criminosa destes incêndios. Perante este novo dado, as autoridades gregas já vieram a público solicitar todas as informações no sentido de serem capturados os incendiários, havendo mesmo uma recompensa de um milhão de euros para quem forneça dados concretos quanto aos responsáveis desta tragédia. Comentários Apenas utilizadores registados podem introduzir comentários.Por favor efectue login ou registe-se.
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