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3 de agosto de 2007

TAM: “Avião estava em ‘perfeitas condições"

O Airbus A320 da TAM que causou o pior acidente da história da aviação brasileira estava em “perfeitas condições” de uso, segundo o presidente da companhia aérea, Marco Antonio Bologna. O avião fazia, na terça-feira, o vôo JJ 3054 e explodiu após se chocar contra um terminal de cargas da própria TAM, no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com 186 pessoas a bordo. Perguntado sobre a capacidade do Airbus e se estaria com passageiros além da capacidade, Bologna declarou que o vôo estava “com 100% de aproveitamento”. Inicialmente, respondeu que o avião dispõe de 174 assentos para passageiros, além de outros dois na cabine e mais quatro para os tripulantes, o que totalizaria 180. Em seguida, corrigiu-se e afirmou que o número pode variar, não ultrapassando “185 almas a bordo”.

Embora considere recomendável aguardar a conclusão das investigações antes de opinar sobre as possíveis causas do acidente, Bo-logna disse que a falta de groovings (ranhuras feitas na pista para permitir o escoamento da água da chuva) não impede que o aeroporto funcione. “A pista de Congonhas foi reformada recentemente e o que não foi realizado [os groovings] não a torna inope-rante, nem menos segura. O seu funcionamento depende não só das condições da lâmina d´água, como de vento. Então, depende muito da ocasião. A pista já foi utilizada sem ranhuras antes da reforma da pista. O importante é que aguardemos pelo fim das investigações para falar sobre as causas do acidente”.

Bologna alegou que o aeroporto, no passado, já operou com mais vôos do que hoje. No entanto, não afastou a possibilidade de reduzir a quantidade de vôos caso a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) determine. “A TAM é cumpridora das determinações do poder con-cedente”. Perguntado sobre a crise que o setor aéreo atravessa desde o acidente com o Boeing da Gol, em setembro de 2006, o presidente da TAM disse que a discussão é “mais ampla”.

“Acho que o Brasil vive um momento bastante forte de crescimento de renda, o que gerou um aumento do número de passageiros. Existem alguns problemas infra-estruturais, mas eu acredito que as autoridades já estão procurando tomar as providências”.

Sobre o número de funcionários que estavam no terminal de cargas no horário do acidente, o presidente da TAM estimou entre 55 e 60, mas não informou quantos morreram. “Em horários de pico”, completou, “o total pode chegar a 380 funcionários, entre próprios e terceiriza-dos”.

Caixa-preta será analisada nos EUA

O comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, afirma que em 30 dias fica pronta a perícia da caixa-preta do Airbus A320 da TAM que bateu em um terminal de cargas da própria companhia no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

A caixa-preta do avião foi encontrada na madrugada de ontem e segue para análise de especialistas. De acordo com a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Saito, que está em São Paulo acompanhando as investigações, informou na manhã de ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a caixa-preta será enviada aos Estados Unidos, ao National Transportation Safety Board, orgão norte-americano que será responsável pela análise das informações do vôo. O prazo para entrega do resultado pode ser prorrogado por mais um mês.

Conforme a secretaria, Saito explicou que, com a análise da caixa, será possível saber a velocidade do avião no momento da colisão, conversas entre os pilotos e se eles tentaram arremeter (realizar a decolagem imediatamente após tocar o solo), o que permitirá investigação relativamente mais rápida.

O comandante reiterou que ainda é precipitado tirar conclusões sobre as causas do acidente. (AB).

Parentes de vítimas serão indenizados

O presidente da TAM, Marco Antônio Bologna, ga-rantiu ontem que todas as vítimas do acidente aéreo serão indenizadas. O avião A320 da TAM tinha capacidade para 185 pessoas, mas estava com 186 pessoas a bordo em função de um bebê. Bo-logna disse que isso é permitido. Inclusive, garantiu que todas as vítimas estavam asseguradas.

Segundo Bologna, o avião tinha uma máscara extra em cada fileira - o que possibilitaria ter ainda mais bebês na aeronave.

O vice-presidente técnico da TAM, Rui Amparo, disse ontem que o avião não tinha nenhum problema técnico, e que a última revisão foi feita no dia 13 de junho. A aeronave tinha 26.320 mil horas de vôo.

Perguntado se houve algum problema com o reverso da turbina (que ajuda no pouso), Bologna disse que preferia não se pronunciar agora, pois quer esperar uma investigação completa. (AB)

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