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21 de agosto de 2007

Dunga diz que 'treinar imprensa' é seu martírio na seleção

Bruno Freitas

Enviado especial do UOL Em Montpellier (França)

Durante a Copa América, na sinuosa trajetória da seleção brasileira até o título da competição, o técnico Dunga teve um relacionamento conturbado com a imprensa do país, construído por críticas ao time que atuou na Venezuela, precisas ou não, e através de algumas tensas entrevistas coletivas, no contato direto entre as duas partes.

Particularidades desse relacionamento acabaram sendo muito bem exploradas pela comissão técnica antes da decisão contra a Argentina. A descrição da equipe pelo olhar da imprensa foi usada para motivar os jogadores diante do clima de favoritismo exacerbado dos rivais argentinos na véspera da final.

Não foram poucos os jogadores campeões da Copa América que, instantes após a conquista, foram aos microfones desabafar contra o 'descrédito' dos meios de comunicação do país. À época, se falou que reportagens brasileiras que apontavam um prognóstico favorável aos argentinos foram usadas para construir a preleção de Dunga antes da final.

Em Montpellier, na França, para o primeiro compromisso da equipe após o título da Copa América, diante da Argélia, o técnico da seleção deu mostras de resquícios de mágoa das ríspidas interações com a imprensa em solo venezuelano.

"Quando estreei contra a Noruega, todo mundo queria ver. Quando estreamos na Copa América, todo mundo queria ver. Agora vamos estrear nas eliminatórias. Já sabem o que esperar. Mas aqui na seleção temos que provar a cada dia", declarou.

"Treinar jogadores é fácil. Mais difícil é treinar a imprensa. Trabalhar com um grupo de jogadores motivados é tranqüilo. Lidar com vocês, que pensam que dois ou três jogadores são mais importantes, é mais difícil", afirmou Dunga, após ser questionado sobre as principais dificuldades de seu primeiro ano na seleção.

Após um ano no comando da seleção, completado no último dia 16 de agosto, data do empate com a Noruega em 2006, Dunga minimiza a expectativa geral sobre seu trabalho nas eliminatórias para o Mundial de 2010, o principal objetivo de sua gestão no cargo.

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