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19 de agosto de 2007

Gás vaza e menina de 12 anos morre em flat no Rio de Janeiro

Irmã, de 5 anos, ficou ferida e está internada; apenas uma ambulância estava disponível para o resgate

Fabiana Cimieri, do Estadão

RIO - Um vazamento de gás provocou a morte de uma menina de 12 anos em um flat na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro. Na tarde de sábado, 18, Kawai Baisotti estava tomando banho com a irmã, Keilua, de 5 anos, enquanto o padastro das meninas falava com a mãe delas, ao telefone.

Apenas uma ambulância estava disponível para socorrer as meninas. O médico-bombeiro optou por levar Keilua para o hospital porque Kawai já estava com parada cardíaca. Segundo o relações-públicas do Corpo de Bombeiros, as manobras de ressuscitação cardiovascular não podem ser feitas com a ambulância em movimento. Uma equipe de enfermeiros tentou reavivar Kawai, mas não teve sucesso.

O delegado Carlos Nogueira, da 16ª Delegacia de Polícia (Barra), investiga a hipótese de homicídio culposo (sem intenção de matar) no vazamento de gás que matou Kawai e deixou Keilua ferida. "Em princípio parece um acidente, mas vamos apurar se houve descuido de quem tomava conta delas ou do condomínio. Instaurei um procedimento para apurar se houve homicídio culposo", disse o delegado, depois de ouvir o depoimento do padrasto das meninas, o contador Antonio José Dutra.

Depoimento

Chamado para prestar depoimento à polícai, o padrasto das meninas afirmou que o que aconteceu foi um acidente. "Foi uma fatalidade, perdemos a luz das nossas vidas", disse, chorando muito. O enterro de Kawai depende da chegada dos pais da menina. Elas moravam com a mãe na Itália e estavam de férias na casa dos avós maternos. Ao saber do acidente, mesmo sem ter sido informada da morte da neta mais velha, a avó passou mal e está internada num hospital particular da Barra da Tijuca.

Antonio José contou à polícia que, na hora do vazamento, estava com a mulher no telefone. Ele estranhou a demora e, como elas não responderam, entrou no banheiro e encontrou-as desmaiadas no chão. De acordo com os bombeiros, quando eles chegavam, os corpos haviam sido movidos para a sala.

Nesta tarde, Keilua foi transferida para a UTI pediátrica de um hospital particular na zona sul do Rio. Seu estado de saúde era estável e ela respirava sem aparelhos, mas ainda não estava se alimentando normalmente. Segundo amigos da família, ela ainda não foi informada da morte da irmã. O corpo de Kawai continuava no Instituto Médico-Legal aguardando que algum parente fizesse a liberação.

Causas

A perícia preliminar, segundo Nogueira Pinto, aponta para a falta de conservação da instalação de gás. O banheiro não possuía janela e, uma das hípóteses é a de que a chama-piloto do aquecedor tenha apagado. O delegado pretende ouvir ainda o proprietário do imóvel e a Companhia Estadual de Gás (CEG), responsável pela distribuição de gás no Rio.

Em nota, a CEG lamentou o acidente e informou que "as causas são desconhecidas, e que dará toda assessoria técnica necessária para detectar o motivo do acidente".

Na segunda-feira, às 11 horas, técnicos da companhia irão acompanhar os peritos do Instituto de Criminalista Carlos Éboli (ICCE) numa vistoria técnica do local "para detectar se o aquecedor está regulado e instalado de acordo com as normas de segurança".

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