Resultados de Pesquisa

.

6 de fevereiro de 2008

BHP eleva para US$ 147 bilhões oferta por rival Rio Tinto

da Folha de S.Paulo

A mineradora anglo-australiana BHP Billinton aumentou ontem para US$ 147,4 bilhões a sua oferta pela rival Rio Tinto, em um negócio que envolve as duas maiores empresas do setor em valor de mercado. Caso concretizada, a aquisição será a segunda maior da história, superada apenas pela compra da Mannesmann pela Vodafone, em 1999.

A nova proposta é de 3,4 ações da BHP para cada 1 da concorrente -em novembro, ela oferecia 3 ações por 1, e o valor girava entre US$ 110 bilhões e US$ 140 bilhões. E os acionistas da Rio Tinto ficarão, se ela for aprovada, com 44% do controle da nova companhia, ante 41% da oferta anterior.

O presidente-executivo da BHP, Marius Kloppers, afirmou ontem que ainda não tinha conversado com a direção da Rio Tinto, mas disse acreditar que a proposta deve receber um amplo apoio. "Acreditamos que a oferta seja atrativa." As ações da BHP caíram 4,14% ontem na Bolsa de Nova York, e as da Rio Tinto, 2,47%, antes do anúncio da oferta.

O negócio deve elevar a pressão para a brasileira Vale do Rio Doce (a terceira maior do mundo em valor de mercado) fechar acordo com a mineradora suíça Xstrata, em uma operação que deve girar em torno de US$ 90 bilhões. A brasileira é a maior produtora de minério de ferro do mundo, mas as australianas têm a vantagem da menor distância nas negociações com a China, o que reduz seus preços. Um acordo entre BHP e Rio Tinto elevaria seu poder de barganhas nas negociações com os chineses.

A primeira oferta pela Rio Tinto, em novembro, foi recusada pela concorrente, e os órgãos reguladores do Reino Unido, onde as duas empresas negociam suas ações, deram até hoje para a BHP apresentar uma nova proposta. Na época, o presidente-executivo da Rio Tinto, Tom Albanese, afirmou que a oferta estava "há vários estádios de distância" do que o seu grupo aceitaria.

Desde então, Albanese vem dizendo que as perspectivas de crescimento da Rio Tinto estão sendo subvalorizadas. A mineradora, que também é anglo-australiana, considera que tem mais possibilidades de expansão caso continue independente.

Uma das novidades em relação à proposta anterior é que uma estatal chinesa agora faz parte dos acionistas da Rio Tinto. Na semana passada, a Chinalco (Aluminium Corporation of China) e a americana Alcoa anunciaram a compra por pouco mais de US$ 14 bilhões 12% das ações da mineradora. A maior parte do investimento será realizado pela empresa chinesa, já que a Alcoa disse que colocou US$ 1,2 bilhão no negócio.

O negócio foi visto como um desejo do governo chinês de impedir a compra da Rio Tinto pela BHP. O governo chinês teme que a fusão das duas mineradoras possa aumentar os preços das commodities, especialmente do minério de ferro, que é fundamental para a industrialização do país. Os altos preços do minério têm feito Pequim buscar alternativas, como a exploração de minas na África e também na Ásia.

A Alcoa e a Chinalco afirmaram após o negócio que "no momento" não pretendem fazer uma oferta pela Rio Tinto, mas que se reservam o direito de realizar ou participar de uma nos próximos seis meses. Segundo o "Financial Times", os chineses poderiam ainda negociar com a BHP uma participação na proposta pela concorrente.

O governo australiano afirmou ontem que poderá revisar a venda da participação na Rio Tinto para a Chinalco e Alcoa.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u369976.shtml

Nenhum comentário: