da Efe, no Cairo
da Folha Online
Combates entre as forças de segurança e os rebeldes da Frente Popular do Chade (FPCh) chegaram ao palácio presidencial, na capital N'djamena, segundo a rede de TV Al Jazira.
A emissora --um dos poucos veículos com um correspondente no país-- informou que os combates se concentram na sede da Presidência e no quartel-general das Forças Armadas.
Forças rebeldes invadiram a capital com uma coluna de 300 veículos, na maior ofensiva nos últimos 2 anos. Os insurgentes se confrontaram ontem com o Exército no nordeste do país
O governo do Chade diz que os rebeldes --que avançaram rapidamente nessa semana por meio da fronteira leste com a região de Darfur, no Sudão, estão armados e são apoiados pelo governo sudanês. Cartum nega as acusações.
A ONU decidiu retirar seus funcionários de N'Djamena devido aos confrontos entre rebeldes e o governo. "Decidimos retirar temporariamente nossa equipe que ainda está no país", disse William Spindler, porta-voz do Alto Comissariado de Refugiados da ONU. "Estamos estudando agora como a retirada será feita. Como os confrontos continuam, ela será dificultada".
O órgão já havia retirado 51 funcionários da capital durante a madrugada deste sábado.
Não ficou claro quantos membros da ONU permanecem no país.
As embaixadas da França e dos EUA anunciaram que prepararam a retirada de seus cidadãos do país africano. A França instruiu seus cidadãos a se reunirem em três locais.
Os EUA pediram que seus cidadãos que queiram ser retirados do país vão até a embaixada.
UA
Em Addis Ababa, na Etiópia, onde líderes africanos estão reunidos, a União Africana (UA) expressou sua preocupação com a escalada da violência no Chade.
"Estamos muito preocupados com a situação atual", disse Jean Ping, o novo presidente da comissão da UA, à imprensa durante o evento.
O ministro de Relações Exteriores chadiano, Ahmat Allam-mi, acusou o Sudão de lançar a ofensiva rebelde para bloquear o destacamento de membros das forças de paz da União Européia (UE) -- que possuem mandato para proteger os milhares de refugiados do conflito em Darfur-- no leste do Chade.
"Desde que o destacamento destas forças foi anunciada, o governo sudanês intensificou os ataques", disse em Addis Ababa.
O Chade acusa autoridades sudanesas de terem apoiado anteriormente ações de vários grupos rebeldes, que lutam há anos contra o presidente chadiano, Idriss Deby.
Ele chegou ao poder em 1990, após um golpe de Estado.
Cartum, por sua vez, acusa o Chade de apoiar insurgentes sudaneses em Darfur.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u369178.shtml
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