ISLAMABAD e KARACHI - Temores de violência rondam a eleição geral do Paquistão nesta segunda-feira. Cerca de 80 mil tropas dão apoio à polícia nas eleições em que 81 milhões de paquistaneses irão às urnas para escolher os representantes de sua Assembléia Nacional e de seus quatro Parlamentos provinciais. Os cerca de 64.000 colégios eleitorais abriram suas portas às 8h (0h de Brasília), e fecharão às 17h (9h de Brasília), segundo a Comissão Eleitoral, que espera divulgar os primeiros resultados da votação por volta das 23h (15h de Brasília).
Após inúmeras tentativas de adiamento, o pleito ajudará a definir os rumos do país meses após o assassinato de Benazir Bhutto , ex-premier que governou o Paquistão por duas ocasiões, viveu no exílio e foi morta enquanto fazia campanha para seu partido.
Centenas de observadores internacionais monitoram de perto as eleições, mas não tiveram permissão de realizar pesquisas de boca-de-urna. O ministro do Interior do Paquistão, Hamid Nawaz, assegurou no domingo que pelo menos 386.000 policiais e soldados farão a segurança dos eleitores .
A União Européia enviou ao Paquistão a principal equipe de observadores, de 130 membros, que se deslocarão por todo o território, exceto nas regiões consideradas muito sensíveis.
- Não foi uma proibição do governo, mas por razões de segurança optou-se por não ir às áreas mais complicadas - explicou o líder da missão, o alemão Michael Gahler, que dará sua avaliação dois dias depois da votação.
O atentado a Bhutto e outros incidentes violentos desencorajaram políticos e eleitores, e o comparecimento às urnas nesta segunda pode ser baixo, estimam observadores internacionais. No sábado, explosão de um carro-carro-bomba provocou a morte de pelo menos 30 pessoas , entre elas integrantes do Partido Popular do Paquistão (PPP), de oposição e do qual fazem parte o marido e o filho de Benazir Bhutto. Fontes da polícia local informaram que um outro atentado a bomba, planejado para atingir o sul do país no dia da votação, foi desarticulado por forças militares.
Quase 81 milhões de pessoas, cerca de metade da população do país, se registraram para votar. Apesar do aparente interesse despertado entre muitos paquistaneses, poucos são os eleitores que manifestaram a vontade de comparecer às urnas. Estimativas dos principais partidos políticos paquistaneses indicam que apenas 30% do eleitorado cadastrado deve votar no pleito desta segunda-feira. ( Engajamento na campanha não significa presença nas urnas. Clique aqui e entenda
)
No total, 342 assentos da Assembléia Nacional - equivalente à Câmara dos Deputados -serão disputados pelos partidos locais.
Embora os paquistaneses possam escolher entre candidatos de 49 partidos políticos diferentes, três disputam a maioria do voto: a Liga Muçulmana do Paquistão-Q (PML-Q), que apóia o presidente, Pervez Musharraf, e é liderada por Chaudhry Hussein; o Partido Popular do Paquistão (PPP), dirigido pelo viúvo de Benazir Bhutto, Asif Zardari, e a Liga Muçulmana do Paquistão-N do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif.
( Clique aqui e saiba quem é quem nas eleições do Paquistão )
Também concorre o partido religioso Jamiat Ulema-e-Islam (JUI), principal membro da aliança Muttahida Majlis-e-Amal (MMA), que foi a grande surpresa das eleições de 2002 ao se erguer como terceira força parlamentar, atrás do PML-Q e do PPP.
Os outros membros da MMA convocaram um boicote da votação desta segunda-feira, da mesma forma que os representantes da minoria baluchi.
http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/02/18/paquistaneses
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