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21 de fevereiro de 2008

Fusão Bovespa-BM&F supera Nyse

São Paulo, 21 de Fevereiro de 2008 - A fusão entre a Bovespa e a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) que pode resultar das conversações para integração de ambas, anunciada na terça-feira, criaria o segundo maior conglomerado de bolsas das Américas, por valor de mercado.

São Paulo, 21 de Fevereiro de 2008 - A fusão entre a Bovespa e a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) que pode resultar das conversações para integração de ambas, anunciada na terça-feira, criaria o segundo maior conglomerado de bolsas das Américas, por valor de mercado. Segundo números da consultoria Economática, da união surgiria uma empresa avaliada em cerca de US$ 18 bilhões, ficando atrás da CME (Chicago Mercantile Exchange), cotada a US$ 27,7 bilhões, mas à frente da Nyse Euronext (US$ 17,7 bilhões).
Com a união, segundo fontes próximas às bolsas brasileiras, as instituições pretendem justamente ganhar força para se protegerem contra eventuais ofertas hostis para tomada de controle. "O objetivo é ganhar escala e integrar outros mercados da América Latina", diz um corretor. O modelo de fusão ainda não foi definido. O mais provável, segundo analistas, é o que prevê a incorporação da Bovespa pela BM&F, o que geraria um ganho fiscal estimado em R$ 3 bilhões. O assunto será discutido em assembléia extraordinária de acionistas. A idéia conta com a simpatia das corretoras, porque reduziria não apenas os custos das bolsas mas delas próprias, segundo um fonte. As corretoras possuem hoje cerca de 49% do capital da BM&F e 59% das ações da Bovespa.
Antes mesmo da abertura de capital no segundo semestre do ano passado, as companhias vêm sendo sondadas por grandes investidores. Quando estreou no pregão, em 30 de novembro, a BM&F já tinha vendido 20% de suas ações, sendo 10% para o fundo de private equity General Atlantic (R$ 1 bilhão) e 10% para o controlador da CME (R$ 1,3 bilhão). A Bovespa Holding, que chegou ao mercado em 26 de outubro, teve 1% das ações compradas pela Nyse Euronext. Posteriormente, o fundo da gestora Marsico Capital Management comprou outros 5,02%.
Segundo fontes do mercado, investidores estrangeiros já estariam se preparando para apresentar ofertas pelo controle de ambas. Mas isso não poderia se concretizar antes do final de abril. Isso porque, segundo o acordado por ocasião da abertura de capital, as corretoras sócias, que ainda detêm o controle da BM&F e da Bovespa, se comprometeram a não vender mais ações por um período mínimo de seis meses. No caso desta última, o prazo vence em 26 de abril. Ocorre que o anúncio das instituições de um prazo de 60 dias para discutir o modelo de fusão termina justamente uma semana antes.
Consultada, a Nyse Euronext disse que considera importante o investimento na Bovespa, mas preferiu não se pronunciar sobre a eventual fusão. Procurada, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não quis se pronunciar sobre a fusão. Nelson Barbosa, secretário do Ministério da Fazenda, não quis comentar o assunto.
Modelo
Para analistas, a possibilidade de uma fusão entre as duas bolsas deve ser realizada por meio de uma troca de ações, em que a BM&F deverá adquirir o controle da Bovespa. Pelas contas do analista da corretora Itaú, Victor Mizusaki, a operação geraria um ágio de R$ 15,3 bilhões, que possibilitaria uma amortização em benefícios fiscais a valor presente de cerca de R$ 3 bilhões.
Para isso, a BM&F teria que realizar uma nova oferta de ações, já que o valor de mercado da Bovespa, de cerca de R$ 19,8 bilhões, é superior ao da BM&F, de R$ 16,5 bilhões. "Como a Bovespa tem um valor de mercado superior ao da BM&F, ela teria que realizar uma nova oferta de ações no valor de cerca de R$ 1 bilhão, o que implicaria em uma relação de troca de 1,5 ação da BM&F para cada ação da Bovespa", diz Mizusaki.
Para o gerente de análise da Prosper Corretora, André Segadilha, a fusão traria um ganho de competitividade no mercado internacional. Ele ressalta que as bolsas poderiam ganhar sinergias com a criação de um único sistema eletrônico de negociação. A integração, segundo Mizusaki, poderia gerar uma redução de despesas com quadro de funcionários da ordem de 50%, o que traria um ganho de 4% a 5% para as ações das instituições brasileiras. (Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Aluísio Alves e Silvia Rosa - Com a Sucursal de Brasília
www.gazeta.com.br/integraNoticia.aspx?Param=10%2C0%2C1547678%2CUIOU

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