Ap, Reuters e Afp
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram que vão libertar três políticos que estão doentes como um gesto unilateral de reconhecimento aos esforços do presidente venezuelano, Hugo Chávez, e de “outros governos amigos” para buscar uma solução para o conflito no país.
Em um e-mail enviado no sábado à noite à Rádio Caracol e à agência de notícias esquerdista ANNCOL, as Farc prometeram libertar os colombianos Gloria Polanco, Luis Eládio Pérez e Orlando Beltrán, seqüestrados em 2001. O grupo esquerdista não fixou uma data para a libertação, mas disse que quer entregar os reféns no território colombiano a Chávez ou a alguém indicado por ele. No e-mail, o grupo disse que estava libertando os três “por causa de seu estado de saúde”, mas não deu mais detalhes.
O governo da Venezuela já anunciou, no entanto, o início imediato de 'contatos e ações' para recuperar de 'forma segura' os três reféns. 'É uma nova vitória da liberdade e uma esperança de paz', afirmou ontem o porta-voz da presidência venezuelana, Jesse Chacón.
O anúncio de novas libertações ocorre em meio ao aumento de pressão contra o grupo guerrilheiro. Centenas de pessoas manifestaram-se hoje (ontem no Brasil) em Sydney, na Austrália, e dezenas em Tóquio, Japão, como parte de um protesto mundial contra as Farc. EUA, Espanha, França, Equador e Itália e o Vaticano se unirão ao protesto convocado para hoje e organizado através da internet por um grupo de jovens colombianos.
O ministro do Interior e de Justiça da Colômbia, Carlos Holguín, disse que o governo saudou o gesto unilateral das Farc e facilitará as condições para a libertação dos três congressistas. “Estamos dispostos a fazer o que for necessário”, disse Holguín. Com relação à exigência de que os reféns sejam entregues a Chávez, o ministro disse que a operação humanitária “está acima” das relações entre os dois países. Ele disse que o governo colombiano ainda não havia entrado em contato com Caracas para falar sobre as circunstâncias da libertação.
As Farc querem a troca de mais de 40 reféns políticos por centenas de guerrilheiros presos. Mas o presidente colombiano, Álvaro Uribe, rejeita a exigência de que seja criada uma zona desmilitarizada para as conversações sobre os reféns.
Em agosto, o governo colombiano pediu a Chávez que mediasse uma troca humanitária, mas cancelou seu papel em novembro, acusando-o de ingerência em assuntos internos.
Se os ex-congressistas forem soltos, será o segundo gesto unilateral das Farc, que no dia 10 libertaram a ex-candidata à vice-presidência Clara Rojas e a ex-deputada Consuelo González. As ex-reféns disseram que vários dos seqüestrados estão doentes, com malária, diarréia crônica ou diabete.
Jaime Lozada, filho de Gloria Polanco, seqüestrada em agosto de 2001, assegurou que “sempre confiou” nas negociações de Chávez e da deputada colombiana Piedad Córdoba.
“Após seis anos e oito meses sonhando com a liberdade de meu marido, o sonho começa a realizar-se”, disse Angela de Pérez, mulher do ex-senador Luis Eládio Pérez, que tem diabete e hipertensão.
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