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11 de fevereiro de 2008

Contra Exxon, Venezuela ameaça parar venda de petróleo aos EUA

Reuters/Brasil Online

Por Saul Hudson

CARACAS (Reuters) - O presidente venezuelano, Hugo Chávez, ameaçou no domingo suspender o fornecimento de petróleo aos Estados Unidos a menos que o país suspenda uma "guerra econômica" que ele afirma incluir o congelamento de 12 bilhões de dólares em ativos da Venezuela obtido em decisão judicial pela petrolífera ExxonMobil.

Chávez também alertou que tal agressão por parte dos EUA pode fazer o preço do petróleo superar os 200 dólares por barril.

Na semana passada, o preço do petróleo subiu em parte devido à disputa judicial entre Caracas e a Exxon, maior empresa dos EUA, que exige indenização pela nacionalização de um projeto petrolífero na Venezuela, em 2007.

O governo norte-americano se distanciou da ofensiva judicial da Exxon, que obteve liminares em vários países congelando bens da estatal venezuelana PDVSA.

"Se vocês nos congelarem, se realmente conseguirem nos congelar, se nos fizerem mal, nós vamos feri-los. Sabem como? Não vamos mandar petróleo para os Estados Unidos, sr. Bush, sr. Perigo", disse Chávez em seu programa semanal de TV.

"A Venezuela vai aderir à sua guerra econômica e outros países estarão conosco na guerra econômica", afirmou Chávez, que tem aliados em outros governos de países produtores de petróleo, como Irã e Equador.

Chávez tem frequentemente feito ameaças condicionais sobre interrupção no envio de petróleo a seu maior cliente, mas tem mantido as entregas apesar dos freqüentes atritos políticos com Washington desde preços da commodity a liberdade comercial e democracia.

"Nunca mais vão nos roubar, os bandidos da ExxonMobil. Eles são imperiais, bandidos americanos, ladrões de colarinho branco. Eles tornam os governos corruptos, depõem governos. Apoiaram a invasão do Iraque", afirmou Chávez.

Por causa das decisões judiciais obtidas pela ExxonMobil em vários países, a PDVSA -maior fonte de divisas do governo Chávez- não pode vender certos bens ou movimentar alguns fundos enquanto o pedido de indenização da empresa norte-americana é examinado.

Analistas da indústria acreditam que outras petrolíferas podem seguir a Exxon se a empresa for bem sucedida na batalha judicial que pode levar vários anos.

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