WASHINGTON - Um míssil disparado de um navio de guerra da Marinha dos Estados Unidos atingiu um satélite espião danificado que se aproximava perigosamente da Terra, informou o Despartamento de Defesa americano nesta quarta-feira. O míssil foi lançado do Pacífico Norte. Localizado a 247 km da Terra, o satélite levava combustível tóxico em seu tanque, que deveria ser destruído na operação.
Ainda não se sabe se a missão foi cumprida, disse o Pentágono, em nota. Mas uma fonte militar de alto escalão afirmou que, ao que tudo indicada, o objetivo teria sido alcançado.
" Uma confirmação de que o tanque de combustível foi fragmentado deverá estar disponível dentro de 24 horas "
"O míssil foi lançado com sucesso", indicou o Departamento de Defesa, acrescentando que a operação aconteceu pouco depois das 22h30m hora local (0h30, de Brasília). "Uma confirmação de que o tanque de combustível foi fragmentado deverá estar disponível dentro de 24 horas", disse a nota do Pentágono.
A derrubada do satélite foi ordenada pelo presidente George W. Bush. Seu tanque de combustível conteria substâncias tóxicas, que poderiam ser liberados após um choque com a atmosfera, representando um perigo para a população.
As autoridades haviam assegurado, entretanto, que haviam poucas possibilidades de que os restos do satélite espião caíssem sobre zonas povoadas da Terra. O satélite, conhecido como "L-21" tinha sido posto em órbita em 2006, da base Vandenberg da Força Aérea.
A decisão final de disparar o míssil foi tomada pelo secretário de Defesa americano, Robert Gates, que viajou na quarta-feira ao Havaí antes de iniciar um périplo de nove dias pela Ásia. O governo dos EUA desembolsou cerca de US$ 60 milhões para poder realizar a operação.
Alguns especialistas espaciais questionaram a justificativa do Pentágono para a missão, afirmando que as chances de qualquer parte do satélite causar danos é extremamente remota. Autoridades do Pentágono negam que teriam destruído o satélite para impedir que peças confidenciais da estrutura caíssem nas mãos de forças rivais.
Segundo Washington, sua meta é impedir que o material possa prejudicar seres humanos, mas a Rússia e a China já expressaram preocupação. Moscou chegou a sugerir que a operação poderia ser usada como fachada para o teste de uma nova arma espacial.
Como o Exército da China destruiu um satélite meteorológico nas mesmas condições no ano passado, alguns analistas se perguntam se a iniciativa americana é mesmo necessária ou apenas uma manobra para mostrar ao rival econômico e militar que os EUA também têm condições de destruir satélites no espaço. O vice-assessor de Segurança Nacional, James Jeffrey, negou esta hipótese e disse que todos os riscos devem ser considerados.
- Isto se refere a tentar reduzir o perigo a seres humanos - comentou James Jeffrey.
Segundo Jeffrey, era remota a possibilidade de que o satélite-espião superasse intacto a entrada na atmosfera terrestre e disseminasse gases tóxicos.
O Pentágono esperou até quarta-feira para derrubar o aparelho para não pôr em risco a aterrissagem do ônibus espacial Atlantis, que após 12 dias de missão na Estação Espacial Internacional (ISS) chegou de manhã ao Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral (Flórida).
http://oglobo.globo.com/ciencia/mat/2008/02/21/marinha_dos_eua_ dispara_missil_tatico_para_derrubar_satelite_espiao-425756401.asp
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