Alfredo Luiz Filho
O atacante Adriano ficará mais um jogo sem entrar em campo no Campeonato Estadual. E será quinta-feira, quando o São Paulo recebe o Paulista, no Morumbi, às 19h30. Na noite de ontem, o Tribunal de Justiça Desportiva da Federação Paulista de Futebol suspendeu o atleta por dois jogos pela agressão com uma cabeçada no zagueiro Domingos, no clássico contra o Santos, dia 10. Ele não compareceu ao julgamento. O resultado foi um alívio para o Imperador, que completou 26 anos no domingo. Havia a preocupação de que pudesse receber uma punição bem maior. O camisa 10 do São Paulo foi denunciado no artigo 253 (praticar agressão física), que prevê suspensão de 120 a 540 dias.
O advogado de defesa do São Paulo, Roberto Armelin, conseguiu descaracterizar a acusação para o artigo 255 (praticar ato de hostilidade). Nesse caso, o castigo é bem mais brando - suspensão de um a três jogos. Adriano pegou só dois - um já cumprido diante do Marília, no domingo. Os votos dos membros da 2ª Comissão Disciplinar foram os seguintes: três para duas partidas, um para três jogos e um para um confronto.
A defesa são-paulina recorreu à cabeçada de Zidane dada em Materazzi na final da Copa do Mundo de 2006. Colocou as imagens lado a lado, para provar que Adriano não deu uma cabeçada em Domingos. Além disso, anexaram uma cópia de uma matéria na qual o zagueiro do Santos não concordava com uma suspensão pesada para o Imperador.
Outro argumento usado foi que, na súmula, o juiz Antônio do Prado disse que foi avisado da agressão, via rádio, pelo auxiliar 1. 'O auxiliar número 1 fica do outro lado do campo. Nem o árbitro e nem o auxiliar número 2, que estavam próximos, viram a suposta cabeçada. O juiz foi avisado pelo auxiliar que estava a pelo menos 60 metros do lance', argumentou Armelin.
Desde o momento em que Adriano foi denunciado no TJD, o São Paulo sempre se mostrou muito tranqüilo em relação ao desfecho do caso. Ninguém do clube acreditava que o jogador seria severamente punido. 'É óbvio que não houve agressão', garantia o superintendente de futebol, Marco Aurélio Cunha.
Dona Rosilda, mãe de Adriano, mostrava confiança antes do julgamento de ontem: 'Se pegarem pesado com ele, estarão sendo muito injustos. O Adriano foi expulso uma única vez em toda sua carreira. É Deus quem vai tomar a decisão, não é o homem', disse. Valeram as preces de Dona Rosilda.
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