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4 de novembro de 2007

Investigação do caso Jean Charles isentará comissário, diz jornal

da Efe, em Londres

Uma investigação independente sobre o caso do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto a tiros em 2005 por policiais britânicos que o confundiram com um terrorista suicida, isentará de culpa o comissário-chefe da Scotland Yard, Ian Blair.

O dominical "News of the World" publica neste domingo que Blair será desculpado no esperado relatório da IPCC (Comissão Independente de Queixas à Polícia, na sigla em inglês), que supervisiona o trabalho das forças da ordem no Reino Unido, sobre o tiroteio.

A investigação, cujas conclusões serão publicadas esta semana, terminou há dezoito meses, mas o resultado não foi divulgado, à espera de que terminasse o julgamento contra a Polícia Metropolitana de Londres --mais conhecida como Scotland Yard-- por violar uma lei de riscos trabalhistas em relação ao caso.

Na sexta-feira (2), um júri popular declarou culpado esse corpo de polícia por descumprir a Lei de Segurança e Higiene no Trabalho de 1974, que obriga as forças da ordem a zelar pela integridade de todos, mesmo que não sejam seus funcionários.

O veredicto colocou Ian Blair em uma situação difícil, já que os principais partidos da oposição e grande parte da imprensa britânica pediram sua renúncia, mas o comissário-chefe resiste a sair do cargo.

O relatório, revelado - segundo o jornal - por uma fonte do Governo, contém "uma devastadora análise de uma série de erros catastróficos" que provocaram a morte por engano do brasileiro, de 27 anos e eletricista de profissão, indica o "News of the World".

Jean Charles foi baleado por agentes da brigada antiterrorista da Scotland Yard em 22 de julho de 2005 na estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres, ao ser confundido com um dos terroristas que tinham tentado cometer atentados no dia anterior.

No entanto, o relatório da IPCC, que contém declarações de testemunhas sobre os últimos minutos de vida do brasileiro, desculpará Blair e criticará outros dois altos comandantes policiais que estiveram a cargo da operação: John McDowell e Cressida Dick.

Segundo o jornal, a IPCC conclui que a Procuradoria do Estado britânico deveria considerar se Dick foi "extremamente negligente".

Além disso, o relatório culpa McDowell --um dos responsáveis da brigada antiterrorista da Scotland Yard-- de não informar devidamente Dick sobre o desenvolvimento dos acontecimentos naquele trágico dia.

Ian Blair, que conta com o apoio do primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, deve sair bem da investigação da IPCC, mas ainda terá que superar vários obstáculos para salvar o cargo.

O chefe da Scotland Yard terá que prestar contas nesta quarta-feira na Assembléia da Prefeitura de Londres, enquanto a Autoridade da Polícia Metropolitana (MPA) poderia emitir na semana seguinte uma moção de não confiança em Ian Blair.

Em dezembro, os parentes de Jean Charles poderiam apresentar uma ação civil contra Ian Blair e a Scotland Yard.

O brasileiro chegou a recebeu até oito tiros (sete na cabeça e um no ombro) ao ser confundido com Hussain Osman, um dos terroristas dos atentados fracassados de 21 de julho de 2005.

Esses ataques tentaram imitar os atentados cometidos em 7 de julho de 2005 contra a rede de transporte londrino, que deixaram 56 mortos - incluindo os quatro terroristas suicidas - e cerca de 700 feridos.

Do Site:

http://news.google.com.br/nwshp?sourceid=navclient&ie=UTF-8

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