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12 de novembro de 2007

Mar de Azov: Situação próxima de uma catástrofe ecológica

A situação no Mar de Azov está muito próxima de uma catástrofe ecológica, devido ao derrame de enxofre e fuelóleo, afirmou hoje à agência ITAR-TASS uma fonte do Ministério para Situações de Emergência da Rússia.

De acordo com Alexandre Kozlikin, chefe da Direcção de Krasnodar daquele ministério, «mantém-se o perigo de poluição da linha costeira ucraniana e russa no Estreito de Kerch», na sequência do naufrágio de quatro navios, que derramaram cinco mil toneladas de enxofre e mais de quatro mil toneladas de fuelóleo.

As autoridades russas reiniciaram hoje de manhã as operações de salvamento de oito marinheiros desaparecidos do cargueiro Nakhitchevan, um dos cinco navios que domingo se afundaram no Mar Negro.

«Confirmamos que três marinheiros do cargueiro afundado faleceram, os seus corpos foram encontrados a um quilómetro da ilha de Tuzla (Distrito de Krasnodar)» - informou o Ministério para Situações de Emergência da Rússia, acrescentando que «vão continuar as buscas de cinco marinheiros que continuam desaparecidos».

«Durante as operações de socorro, foram salvos 35 tripulantes dos vários navios. A realização das operações de socorro e a monitorização do meio marítimo estão a ser dificultadas pelas condições climatéricas» - acrescentou aquele departamento governamental.

Fortes ventos e ondulação no Mar Negro afundaram, durante o domingo, cinco navios (dos quais quatro originaram derrames para o mar), enquanto outros dois continuam à deriva.

O Ministério para Situações de Emergência da Rússia fala da «maior catástrofe nos mares Negro e Azov».

Na madrugada de domingo, o petroleiro «VolgaNetf-139» partiu-se em duas partes, derramando parte significativa das 4.000 toneladas de fuleóleo que transportava, enquanto a tripulação foi salva.

Mais tarde, afundaram-se dois navios de carga que transportavam enxofre, o «Volnogorsk» e o «Nakhitchevan».

A tripulação do primeiro foi toda salva, mas entre a tripulação da segunda há a registar três mortos e cinco desaparecidos, tendo-se conseguido salvar três marinheiros.

Onze marinheiros da tripulação do cargueiro «Kobel», que transportava enxofre, tentaram salvar o navio todo o dia, mas acabou por afundar-se também.

A tripulação foi toda resgatada com vida.

Estes acidentes ocorreram no interior do porto russo Kavkaz, situado no estreito de Kerch, que liga os mares Negro e Azov.

O cargueiro Ismail, que transportava sucata de Mariupol (Ucrânia) para a Síria, afundou-se perto do porto ucraniano de Sebastopol.

Dos 17 homens que constituíam a tripulação, apenas dois se salvaram, estando 15 dados como desaparecidos.

Na mesma zona, a barcaça »Demetra«, que transporta três mil toneladas de resíduos de petróleo, anda à deriva e é empurrada pela corrente para a praia de Tuzla.

Além disso, dois cargueiros, um georgiano e outro turco, encalharam em bancos de areia perto do porto russo de Novorrossisk.

Os cientistas e especialistas em meio ambiente falam em «catástrofe ecológica».

«As consequências poderão fazer-se sentir durante meses, anos, décadas. As medidas que as equipas de salvamento estão a tomar são o máximo que podem fazer, mas de pouco servem», considerou Vladimir Tchuprov, da organização ecologista Greenpeace.

Segundo ele, «os absorventes biológicos que devem absorver o combustível têm efeito eficaz apenas a temperaturas superiores a 10 graus, enquanto que, agora, a temperatura da água na região ronda os 7 graus. As barreiras também não ajudarão muito, porque os combustíveis pesados pousaram no fundo do mar e as ondas são muito altas».

«O derramamento de petróleo é uma grande problema, mas é ainda maior o problema da carga de enxofre que se afundou. A envergadura do prejuízo ecológico possível depende das operações do Ministério para Situações de Emergência, mas, em qualquer dos casos, trata-se de uma série catástrofe ecológica», considerou o académico russo Serguei Baranovski.

A Procuradoria-Geral da Rússia deu início a investigações em conformidade com dois artigos do Códido Penal russo: 352 (poluição de águas) e 263 (violação das normas de segurança de navegação e exploração de transporte marítimo).

Diário Digital / Lusa

Do Site: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=304051

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