O Reino Unido continua sem revelar como estará representado na Cimeira UE/África, agora que o presidente do Zimbabué, Robert Mugabe, confirmou a sua presença, inviabilizando a do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.
«Ainda não tomámos nenhuma decisão», disse hoje à Agência Lusa uma porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, afirmando que o governo de Londres mantém a posição já tornada pública pelo primeiro-ministro.
Em Setembro, Gordon Brown declarou em Setembro que não estaria presente, nem nenhum dos seus «ministros seniores», na cimeira se Robert Mugabe participasse, invocando o desrespeito dos direitos humanos naquele país.
Hoje, falando à Lusa em Moçambique, Robert Mugabe garantiu que se deslocará a Lisboa para participar na cimeira UE/África, marcada para 08 e 09 de Dezembro.
O Presidente do Zimbabué está actualmente proibido de viajar para a União Europeia, no âmbito de sanções em vigor contra o seu regime, que deverão ser levantadas para a cimeira organizada pela presidência portuguesa da União Europeia.
A diplomacia britânica estava ainda esperançada que «fosse encontrada uma solução diplomática como a que foi usada com a Birmânia numa cimeira da ASEAN [Associação das Nações da Ásia do Sul]», admitiu a mesma fonte.
Para essa reunião em 2004, a Birmânia esteve representada a um nível inferior, pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, após a União Europeia rejeitar a presença dos dirigentes militares, que são alvo de sanções internacional.
Todavia, esse cenário foi hoje afastado pelo próprio presidente zimbabueano, que garantiu à Lusa, à chegada a Moçambique, onde irá onde vai assistir à cerimónia de entrega da barragem de Cahora Bassa ao estado moçambicano.
«Sim, vou» foi a resposta de Mugabe, antecedida de um sorriso, quando interrogado pela Lusa sobre a sua participação na cimeira UE/África, prevista para 08 e 09 de Dezembro, em Lisboa.
A presença de Mugabe tinha sido considerada indesejável pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, por temer que cause «ruído» e desvie a atenção dos assuntos mais importantes a discutir.
O argumento é também usado pelo Reino Unido, que está convencido que Mugabe vai «desviar as atenções» da cimeira.
Ainda assim, a diplomacia britânica mantém o desejo de que a cimeira «seja um sucesso» e deixa ao critério dos restantes países europeus a sua posição quanto a Mugabe. «Cabe a cada país decidir o que fará», afirmou a porta-voz do MNE.
Digital / Lusa
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