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14 de novembro de 2007

Defesa de Renan rebate acusações feitas por relator em 3º processo

GABRIELA GUERREIROda Folha Online, em Brasília

O presidente licenciado do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), enviou o advogado José Fragoso para apresentar sua defesa ao Conselho de Ética no processo em que é acusado de usar "laranjas" na compra de um grupo de comunicação em Alagoas. Depois do relator Jefferson Péres (PDT-AM) recomendar a cassação de Renan, Fragoso fez um apelo aos integrantes do conselho para que Renan seja absolvido.

"Não há nenhum registro do senador em nenhuma dessas transações. Ele nem precisaria disso para ganhar espaço político em nada. A fonte das acusações, o senhor João Lyra, este sim tem a prática de utilizar laranjas", argumentou Fragoso.

O advogado rebateu, um a um, os sete indícios levantados por Péres que comprovariam a participação de Renan na operação com o suposto uso de "laranjas".

Fragoso explicou que o peemedebista, como acusou Péres, nunca processou judicialmente João Lyra --responsável pelas acusações contra Renan-- porque já moveu ações contra as empresas do usineiro. No relatório, Péres considerou "estranho" o fato de Renan não ter ingressado com ações na Justiça contra Lyra depois de ser acusado de uma série de irregularidades pelo empresário.

O advogado também rebateu o indício de que o uso de Tito Uchôa e Carlos Santa Rita como "laranjas" na operação comprovaria a ligação de Renan com a compra das rádios --já que os dois foram lotados como servidores do peemedebista no Senado.

"Eles são correligionários políticos, mas o Renan tem vida própria, não tem nenhuma ligação com eles. Não se pode dizer que pessoas ligadas ao Renan atribuam a ele quebra de decoro", disse Fragoso.

O advogado afirmou ao Conselho de Ética que Renan apenas apresentou o empresário Nazário Pimentel a Tito Uchôa. Depois do contato feito pelo peemedebista, os dois teriam acertado a compra das empresas de comunicação sem a participação do peemedebista --já que Pimentel seria o responsável por vender as duas rádios e um jornal para Lyra e Renan na suposta sociedade oculta.

"Não há nenhuma quebra de decoro nisso. Qual o problema de uma pessoa facilitar um encontro lícito entre duas pessoas?", questionou o advogado.

Votação

Depois da leitura do texto de Péres, que durou mais de uma hora, o advogado apresentou a defesa de Renan ao conselho. Os senadores ainda vão discutir o texto de Péres antes de colocá-lo em votação.

Os dois principais aliados de Renan no Conselho de Ética --Almeida Lima (PMDB-SE) e Wellington Salgado (PMDB-SE)-- afirmaram que não vão pedir vista ao texto de Peres para atrasar a votação, ao contrário da expectativa dos integrantes do conselho.

"Eu não vou pedir vista. A situação aqui é tremendamente estranha. Estamos diante de representação feita pelo DEM e pelo PSDB, que juntos têm direito a cinco votos dos 15 aqui presentes. Ou seja: esse julgamento já sai com 33% de chance do presidente Renan estar condenado. Não vou apresentar um texto em separado para ser derrotado", diz Salgado.

Enquanto os aliados de Renan criticaram o pedido de cassação, a oposição comemorou o texto de Peres. "Se erramos, temos que pagar pelos nossos erros. E eu estou convencido que mais uma vez o senador Renan faltou com a ética e com o decoro", disse o senador Marconi Perillo (PSDB-GO).

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