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15 de novembro de 2007

Sessão aberta facilita cassação de Renan, dizem senadores

Presidente licenciado teve novo pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética.Sessão no plenário será aberta, mas o voto continuará secreto.

Na Íntegra

Tiago Pariz e Carolina Jardon

Do G1 Brasília

A aprovação do pedido de cassação do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética pode também concretizar-se no plenário, marcando um resultado diferente do primeiro processo. A avaliação foi feita por senadores ouvidos pelo G1 e sustenta-se em um aspecto: a sessão aberta.

“É claro e evidente que numa sessão aberta é mais difícil o senador Renan escapar da cassação”, disse o líder do DEM no Senado, José Agripino (RN). “Espero que o Senado mostre uma só cara. Dessa vez, aprenda a lição que as ruas indicaram e aprove a perda do mandato”, prosseguiu.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) faz coro ao colega e afirma que depois da reação da opinião pública sobre a absolvição de Renan, os senadores sentiram o revés político na imagem do Parlamento.

“Os senadores sentiram bem a reação da opinião pública. A população teve essa reação numa sessão fechada com voto fechado. Agora a sessão é aberta. Os senadores vão se pronunciar sobre o que vão decidir e isso de alguma forma altera o caráter no sentido positivo para dar mais transparência para a decisão a ser tomada”, afirmou o petista.

CPMF e articulações

O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), é mais cauteloso em previsões. Mas levanta a possibilidade de Renan utilizar a prorrogação da CPMF como barganha com o governo. “Vai ser apertado. A situação é mais delicada. Da outra vez ele tinha o poder na mão, mas agora ele está mais desgastado, porém tem um trunfo que é a votação da CPMF”, disse.

O presidente licenciado do Senado conseguiria pressionar o governo para trabalhar por sua absolvição ameaçando tirar votos do PMDB favoráveis à prorrogação até 2011 do "imposto do cheque".

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que aposta na cassação, afirmou que o desgaste político de Renan só tende a crescer. “A situação está muito difícil. É o segundo parecer pedindo a cassação. O problema é o conjunto da obra, daqui a pouco teremos a terceira, quarta, quinta (representações)”, disse Buarque.

Apesar da sessão aberta, o voto dos senadores continua secreto. O modelo é o mesmo adotado na Câmara dos Deputados. O relatório do senador Jefferson Péres (PDT-AM) recomendando a cassação do mandato foi aprovado na quarta-feira (14) pelo Conselho de Ética. Renan é acusado de participar, por meio de ‘laranjas’, de sociedade em duas rádios e um jornal em Alagoas com o usineiro João Lyra. Renan nega as acusações. Segundo ele, Lyra teria motivações políticas em suas acusações.

Arthur Virgílio (AM), afirmou que caso Renan perca o mandato por ter participação oculta em meios de comunicação será aberto um precedente positivo na Casa. “Se for para moralizar a Casa, é importante”, disse o líder tucano lembrando que haveria cerca de 30 senadores que seria donos ocultos de meios de comunicação.

Na primeira representação, que o acusava de usar um lobista para pagar contas pessoais, o presidente licenciado do Senado teve o pedido de cassação aprovado pelo Conselho de Ética, mas acabou absolvido no plenário numa sessão duplamente secreta.

Fonte:

http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL182038-5601,00-SESSAO+ABERTA+FACILITA+CASSACAO+DE+RENAN+DIZEM+SENADORES.html

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