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1 de novembro de 2007

Turquia afirma que ofensiva no norte do Iraque não seria invasão

Da Folha Online

O ministro de Relações Exteriores da Turquia afirmou nesta quinta-feira que uma incursão militar de seu país para deter rebeldes curdos no norte do Iraque "não seria uma invasão".

Segundo Ali Babacan, a reunião prevista para a segunda-feira (5) entre o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, e o presidente americano, George W. Bush, deve "determinar os passos que serão tomados pela Turquia".

"Mas se enviarmos soldados ao Iraque, qualquer ataque seria para destruir bases terroristas, e não poderia ser considerado invasão".

Folha Online

O ministro expressou ainda a frustração com a postura do governo autônomo do Curdistão em relação aos rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão). "Temos dúvidas a respeito da sinceridade da administração do norte do Iraque no combate ao terrorismo. Queremos ver passos concretos, esperamos que eles entendam a seriedade dessa tarefa".

Ele disse também que retaliações econômicas contra membros do PKK já foram tomadas, e que a Turquia também analisa a possibilidade de cancelar os vôos de Ancara para a região.

"As sanções foram analisadas com cuidado, e visam esgotar os recursos econômicos de uma organização terrorista e daqueles que a apóiam. Medidas já foram colocadas em prática".

De acordo com o ministro, há "muitas opções" de ação contra o PKK, que serão discutidas.

"Não queremos atingir nem o povo iraquiano nem as pessoas que vivem na Turquia com estas sanções econômicas", disse Babacan.

Sanções

Em entrevista recente ao jornal "Referans", o presidente do Conselho de Relações Econômicas entre Turquia e Iraque, Ercüment Aksoy, já havia anunciado sanções contra o Iraque.

A Turquia é o principal parceiro comercial da região do Curdistão, e o volume de negócio das aproximadamente 1.200 empresas turcas no norte do Iraque chegou a US$ 5 bilhões em 2006 e US$ 1,25 bilhão no primeiro semestre de 2007.

Entre as medidas exigidas pelo conselho de segurança está a repatriação das empresas turcas e o fechamento da única passagem fronteiriça entre a Turquia e o Iraque, a passagem de Habur, atravessada por 2.500 caminhões a cada dia.

Mobilização

A Turquia alocou 100 mil tropas apoiadas por tanques, artilharia, aviões e helicópteros próximo à fronteira com o Iraque para uma possível ação militar em larga escala para combater rebeldes curdos. "Estamos esperando uma ordem para entrarmos em operação", disse um oficial de segurança turco.

Os soldados enfrentaram cerca de 150 integrantes do PKK no sábado (27) na Província sudeste turca de Hakkari e conseguiram cercar cerca de cem deles quando fugiam para as montanhas de Ikiyaka, perto da fronteira com o Iraque.

"O grupo escapou para a área de Cukurca, na fronteira com o Iraque, mas as tropas (turcas) bloquearam a fuga de cem homens do PKK nas montanhas de Ikiyaka", disse o canal.

O governo e a cúpula militar da Turquia deram mostras de impaciência nos últimos dias, após vários incidentes armados entre o Exército e os guerrilheiros curdos no norte do Iraque.

Os Estados Unidos e o Iraque vêm tentando demover Ancara do intuito de lançar uma campanha militar em larga escala, com o argumento de que isso poderia desestabilizar a região. O ministro das Relações Exteriores do Iraque, Hoshiyar Zebari, alertou para "desastrosas conseqüências" de uma ação militar. "Essa seria uma decisão unilateral".

Do Site:

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u341701.shtml

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