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30 de novembro de 2007

Sudaneses pedem execução de professora britânica

gencia Estado Cerca de 10 mil sudaneses, muitos armados com facas e porretes, protestaram hoje na frente do palácio presidencial, em Cartum, exigindo a execução da professora britânica Gillian Gibbons, de 54 anos, condenado por insultar o Islã. Ela teria permitido que seus alunos dessem a um ursinho de pelúcia o nome de Maomé.
Os manifestantes, saindo das mesquitas após as orações muçulmanas de hoje, seguiam caminhões com alto-falantes que divulgavam mensagens contra a professora, sentenciada ontem a 15 dias de prisão e posterior deportação. Ela está detida na penitenciária feminina em Oumdurman, cidade-irmã de Cartum. Os protestantes se concentraram na Praça dos Mártires, na frente do palácio, por cerca de uma hora, enquanto centenas de policiais da tropa de choque observavam a manifestação. Os participantes queimaram fotos de Gibbons e gritaram: "Sem Tolerância: Execução" e "Levem-na ao paredão de fuzilamento". Centenas de pessoas marcharam então até o escola onde Gibbons trabalhava, a cerca de 2 km da praça. Depois de gritar palavras de ordem, eles seguiram até a Embaixada da Grã-Bretanha, mas foram parados por forças de segurança dois quarteirões antes de chegarem ao destino. Durante os sermões de hoje, clérigos na Mesquita dos Mártires, a principal da capital, disseram que Gibbons insultou intencionalmente o Islã, mas não convocaram para os protestos. "A prisão dessa lady não satisfaz a sede dos muçulmanos no Sudão. Mas aplaudimos a prisão e a expulsão", disse o clérigo Abdul-Jalil Nazeer al-Karouri, aos fiéis. "Trata-se de uma mulher arrogante que veio ao nosso país, ganhando em dólares, para ensinar às nossas crianças ódio ao nosso profeta Maomé", acrescentou. Clérigos radicais, que têm considerável influência sobre o governo islâmico do Sudão, têm tentado explorar a revolta do público com o caso Gibbons, dizendo que ele faz parte de um complô do Ocidente para enfraquecer o Islã. Gibbons foi detida no domingo após reclamações feitas ao Ministério da Educação de que ela havia insultado o profeta Maomé, personagem maior do Islã, ao permitir que seus alunos de uma exclusiva escola particular dessem o nome do profeta a um animal de brinquedo. A penalidade máxima para o delito, que atraiu a atenção mundial, são 40 chicotadas e seis meses de prisão.

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