Da Efe, em Londres
O prefeito de Londres, Ken Livingstone, defendeu nesta sexta-feira o comissário-chefe da Scotland Yard, Ian Blair, depois que um tribunal declarou a polícia culpada por descumprir a lei de risco trabalhista em relação ao caso do brasileiro Jean Charles de Menezes.
Em declarações ao programa "Today" da Rádio 4 da BBC, Livingstone admitiu que o ditame desta quinta-feira do tribunal de Old Bailey pode dificultar o trabalho das forças da ordem.
Jean Charles, eletricista de profissão, foi morto a tiros em 22 de julho de 2005 na estação de metrô de Stockwell, no sul de Londres, por agentes que o confundiram com um terrorista.
O júri do tribunal de Old Bailey declarou a Scotland Yard culpada por descumprir a Lei de Segurança e Higiene no Trabalho, que obriga a zelar pela segurança de todos, inclusive dos que não são seus funcionários.
Na opinião de Livingstone, a decisão pode dificultar o trabalho da polícia, porque os agentes vão ter receio de ser levados aos tribunais se perseguirem um suspeito de terrorismo.
"No final, os erros sempre ocorrerão em situações assim. O melhor que alguém pode fazer é tentar minimizar no possível um eventual risco", acrescentou o prefeito.
Premiê
Além de Livingstone, o premiê britânico, Gordon Brown, manifestou ontem seu apoio a Blair, apesar dos pedidos dos partidos da oposição para que este renuncie ao cargo.
Jornais britânicos pedem hoje a renúncia de Blair pela "morte de um homem inocente".
Apesar de tudo, o comissário-chefe negou ontem que fosse renunciar, e afirmou que o caso não apresentava nenhuma prova de que a Polícia Metropolitana cometa erros sistemáticos.
Em 22 de julho de 2005, a polícia confundiu Jean Charles com Hussain Osman, um dos terroristas que no dia anterior tinham tentado atacar a rede de transporte de Londres.
Os ataques fracassados de 21 de julho de 2005 pretendiam imitar os de 7 de julho de 2005, nos quais 52 pessoas morreram e cerca de 700 ficaram feridas.
Do Site:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u342065.shtml
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