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24 de abril de 2007

Na véspera de encontro com UE, Irã evita fazer concessões

Por Fredrik Dahl
TEERÃ (Reuters) - A insistência iraniana em manter seu programa nuclear praticamente elimina a esperança de avanços nas negociações de quarta-feira com a União Européia.
O encontro será na Turquia, onde o bloco de 27 países pretende convencer Teerã a suspender o enriquecimento de urânio em troca do fim das sanções da ONU ao país.
Mas o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na segunda-feira à Reuters que a República Islâmica não vai aceitar essa "dupla suspensão."
Na terça-feira, um porta-voz do governo repetiu essa posição. "A questão não vai recuar, e seguimos o caminho legal para o progresso do país", afirmou Gholamhossein Elham.
O Irã afirma ter o direito de produzir combustível para usinas nucleares civis, o que permitiria que o país exportasse mais gás e petróleo. Mas o Ocidente teme que o programa atômico esconda o desenvolvimento de armas nucleares.
A reunião de quarta-feira será a primeira entre UE e Irã desde que a ONU impôs o segundo pacote de sanções ao país, em março.
O chefe da diplomacia européia, Javier Solana, disse na segunda-feira que decidiu fazer essa nova tentativa porque julgou que "a situação amadureceu o suficiente."
O primeiro contato, em setembro, fracassou por causa da recusa iraniana em suspender o enriquecimento.
Reunidos em Luxemburgo, os chanceleres europeus aprovaram uma regulamentação das sanções da ONU contra indivíduos e entidades envolvidos no programa nuclear iraniano, ampliando uma lista de pessoas sem direito a visto e de bens a serem congelados.
Mas o Irã não dá sinais de ceder à pressão, e neste mês anunciou o início do enriquecimento de urânio em escala industrial. A notícia foi recebida com ceticismo por especialistas, mas atraiu condenação internacional.
Grandes potências --EUA, UE, Rússia e China-- haviam oferecido a Teerã um pacote de incentivos econômicos, nucleares e de segurança em troca da suspensão das principais atividades atômicas.
"Oferecemos a eles tudo o que eles dizem querer em termos de acesso a energia nuclear civil, e gostaríamos de vê-los voltar às negociações nessas bases", afirmou a chanceler britânica, Margaret Beckett, que se disse pessimista com a nova rodada de negociações.
A posição atual do Irã é de que seu programa nuclear é um fato consumado que o Ocidente deve aceitar. "A questão da suspensão já esteve em discussão, mas hoje em dia a situação mudou", afirmou o negociador iraniano, Ali Larijani, à agência de notícias Isna.
{Costa}

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