Por Fabio Graner e Gustavo Freire
Agência Estado Os três diretores do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que votaram por uma redução maior do juro básico da economia (corte de 0,5 ponto porcentual da taxa Selic) argumentaram que o papel das importações tem contribuído para manter a perspectiva de inflação sob controle. Na reunião realizada na semana passada, a taxa Selic foi reduzida de 12,75% para 12,5% ao ano. Três votos foram a favor de um corte de 0,5 ponto porcentual e 4 votos foram pelo corte de 0,25 ponto da taxa Selic.
A ata da reunião, divulgada hoje pelo BC, pondera que a maioria dos membros do comitê continua acreditando que a defasagem no impacto dos cortes de juros realizados até agora justificariam a manutenção do ritmo de 0,25 ponto porcentual.
O documento da autoridade monetária destaca que a conjuntura econômica internacional "permanece positiva, favorecendo a contribuição do setor externo para um cenário inflacionário benigno". A ata lembra que ainda persistem incertezas em relação à economia norte-americana, mas diferentemente da ata anterior, não fala em "instabilidade" e "novas fontes de incertezas", de maneira genérica.
A ata do Copom ressalta que existem pressões de preço que, embora a princípio sejam "isoladas e transitórias", impactam a economia no momento de expansão robusta na demanda doméstica. Segundo o documento, a demanda tem sustentado a recuperação da atividade econômica, "inclusive em setores pouco expostos à competição externa, quando os efeitos de importantes fatores de estímulo, como a flexibilização monetária já implementada, ainda estão por se fazer sentir em sua plenitude".
Parcimônia
O Copom reafirma a necessidade da política monetária se manter vigilante, para evitar que incertezas de curto prazo se propaguem para o futuro. E por isso continua a falar em "parcimônia". "Tendo em vista os estímulos já existentes para a expansão da demanda agregada, as incertezas que cercam os mecanismos de transmissão a política monetária, a menor distância entre a taxa básica de juros corrente e as taxas de juro que deverão vigorar em equilíbrio a médio prazo e os cortes já implementados, desde dezembro de 2005, os membros do Copom entendem que a preservação das importantes conquistas obtidas no combate à inflação e na manutenção do crescimento econômico, com geração do emprego e aumento da renda real, demanda que a flexibilização monetária seja conduzida com parcimônia", afirma o BC.
{Costa}
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