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24 de abril de 2007

Tropas federais fazem cerco nas entradas do Rio de Janeiro

Operação faz parte da ajuda federal para a segurança no Estado do Rio
Bruno Lousada
Fabio Motta/AE
Policiais fazem patrulha em estradas que dão acesso à capital fluminense
RIO - A Polícia Rodoviária Federal (PRF) inicia na manhã desta terça-feira, 24, um cerco aos principais acessos federais da cidade do Rio de Janeiro. Cem agentes da PRF vão ter apoio de 28 carros e dois helicópteros na chamada operação Centurião, que tem como intenção combater a entrada de drogas, armas e munições na cidade, e faz parte da ajuda do governo federal na segurança do Estado.
O envio dos policiais ao Rio foi anunciado na semana passada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, em reunião com o governo Sérgio Cabral, e faz parte do esforço do governo federal de ajudar no combate à criminalidade na região metropolitana fluminense.
Os 100 agentes fazem parte da Divisão de Combate ao Crime (DCC), sediada em Brasília, e dos Núcleos de Operações Especiais (NOE) de 11 Estados e vão ficar em trechos das rodovias Presidente Dutra, Washington Luís e Niterói-Marinha.
O patrulhamento intensivo será feito 24 horas, com os policiais se revezando em três turnos, até os Jogos Pan-Americanos, que começam dia 13 de julho. Os policiais federais que começam a atuar nesta terça vão ajudar na capacitação técnica dos agentes que vão fazer a segurança durante o Pan.
Segundo informações da PRF, policiais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram chamados para a operação, já que têm experiência no combate ao crime em fronteiras. Na segunda-feira, 23, os policiais fizeram treinamento para esta operação e, segundo informações da PRF, 15 mil cartuchos 762, um tipo de munição, e quatro granadas que seguiriam para o Rio foram apreendidos no Paraná.
Pedido
O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), formalizou o pedido de envio das tropas federais ao Estado no dia 11 de abril. Cabral entregou um documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que as Forças Armadas atuassem nas ruas da capital do Estado. O anúncio foi feito depois que o governador deixou o velório do policial militar Guaraci Oliveira da Costa, de 28 anos, morto na manhã de domingo.
Antes da entrega do pedido, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou que era contra a presença das Forças nas ruas, já que elas não são treinadas para combater a violência. A decisão fica nas mãos do presidente Lula, que já afirmou que deve atender o pedido de Cabral. “Se o Cabral pedir, com o maior carinho vamos trabalhar para atendê-lo”, disse Lula.
Em outra ocasião, o ministro da Defesa, Waldir Pires, apontou que apesar de ser possível atender ao pedido do governador do Rio, tinha certas resistências ao envio. "As Forças Armadas são essencialmente para garantir a soberania nacional", declarou o ministro.
Resposta
O pedido de Cabral foi analisado em uma reunião na segunda-feira, 16, quando o governador se reuniu com os ministros Tarso Genro, Waldir Pires, comandantes das Forças Armadas e auxiliares da Secretaria de Segurança do Estado.
Apesar de ter pedido a presença da Aeronáutica, do Exército e da Marinha, foi anunciado que Cabral teria que se contentar com 400 policiais da Força Nacional de Segurança e com 200 a 300 membros da PRF - o que sinaliza que mais agentes devem chegar ao Estado.
Na ocasião, Tarso anunciou que, em 45 dias o efetivo da FNS no Rio chegaria a 6 mil policiais, numa nova antecipação da sua vinda para o Estado, prevista para os Jogos Pan-Americanos, e que já sofrera uma primeira antecipação no início de 2007.
Atualmente, já há 435 integrantes da Força no Estado, com resultados modestos no combate à criminalidade. De acordo com Cabral, os novos 400 policiais anunciados teriam sua chegada antecipada em mais de 30 dias em relação ao cronograma original.
{Costa}

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