Resultados de Pesquisa

.

14 de abril de 2007

Odete ficará frente a frente com acusadores hoje

Odete Ferreira de Miranda, 49 anos, apontada como proprietária de uma das casas de prostituição de alto luxo mais conhecidas do Nordeste, que tinha como clientes empresários e políticos, deverá passar mais tempo presa em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). Ela está sendo investigada por policiais civis daquele estado na condição de líder de um esquema de exploração sexual de crianças e adolescentes e adoção ilegal de bebês com tentáculos em todo o país e até no exterior.
Depois de ouvir a suspeita ontem por duas horas, o delegado responsável pelo inquérito que apura as denúncias contra Odete, Paulo Costa Prado, decidiu pedir a prorrogação da prisão temporária de Odete. Ainda hoje o pedido deve ser julgado pela Justiça do Rio Grande do Sul. Enquanto isso, os advogados da empresária pedem a revogação da prisão.
Também neste sábado, Odete deverá ser colocada frente a frente com o casal de aliciadores preso e acusado de participar do esquema. Sandra Campos, 29 anos, e Adão Ribeiro, 34, disseram em depoimento que a menina Graziela de Souza, com apenas 11 anos e desaparecida desde maio de 2006, seria levada para a casa de prostituição de Odete, em Candeias, Jaboatão dos Guararapes. "O casal foi taxativo e disse que a menina iria para a cafetina de luxo Odete", voltou a dizer o delegado de Gravataí, Paulo Costa Prado.
O reconhecimento das duas testemunhas deverá acontecer hoje na delegacia. A polícia, no entanto, acredita que eles não se conheciam pessoalmente. As investigações estão chegando a mais duas pessoas que, presas, vão esclarecer mais fatos sobre a quadrilha e podem, inclusive, reconhecer a suspeita.
Algemada, Odete enfrentou cerca de seis horas de viagem num vôo da TAM (Recife até Gravataí). "No depoimento, ela voltou a negar as acusações e disse que não tem qualquer envolvimento com prostituição ou com exploração e tráfico de crianças", disse o advogado Rafael Caetano, que acompanhou a cliente durante a viagem. "Pelas denúncias, ela encaminhava ilegalmente os bebês para o exterior e mandava as meninas, inclusive com 10 anos de idade, para a exploração sexual em Pernambuco e em outros estados", afirmou o delegado.
Aliciadores - Graziela foi raptada quando ia para a escola com o padrasto e uma irmã menor. O padrasto terminou preso por envolvimento no rapto. A história dessas crianças começa sempre num bairro pobre dos estados investigados. Os aliciadores, como são chamadas as pessoas que fazem o primeiro contato com as famílias, se propõem a transformar as meninas em modelos e prometem mesadas mensais para os pais, que nunca chegam.
A quadrilha também possui os caminhoneiros, que transportam as crianças para os estados, onde são "acolhidas" por receptadores. Segundo investigação dos policiais daquele estado, as crianças recebidas por Odete seguiam principalmente para o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro
Da Redação do PERNAMBUCO.COM, com informações do Diario de Pernambuco
{Costa}

Nenhum comentário: